Seis separatistas libertados para comparecer no parlamento regional
Seis separatistas catalães a cumprir penas de prisão pelo seu envolvimento na tentativa independentista de 2017 foram hoje libertados excecionalmente para comparecer perante uma comissão do parlamento regional da Catalunha.
© Reuters
Mundo Catalunha
Todos eles são antigos membros do Governo separatista liderado por Carles Puigdemont, que está fugido na Bélgica, entre os quais o ex-vice-presidente regional, Oriol Junqueras.
Trata-se da primeira vez que estes separatistas aparecem publicamente desde a sua condenação em meados de outubro último, tendo sido recebidos à porta do parlamento regional por algumas dezenas de ativistas independentistas que os aplaudiram aos gritos de "liberdade".
O atual Governo regional separatista catalão, que tem amplos poderes, especialmente em assuntos prisionais, autorizou-os a sair para comparecer perante uma comissão de inquérito do parlamento regional para debater a intervenção do Estado central na comunidade autónoma na sequência da tentativa separatista de 2017.
A libertação temporária destes líderes independentistas acontece numa altura de grande tensão entre os dois maiores partidos separatistas, o Juntos pela Catalunha (JxC), de Carles Puigdemont, e a Esquerda Republicana da República (ERC), de Oriol Junqueras, que estão coligados no Governo regional.
Esta tensão teve o seu momento mais alto na segunda-feira, quando a ERC resolveu não seguir a posição do JxC e acatou a decisão do tribunal que retirou o mandato de deputado ao atual presidente também independentista, Quim Torra, pertencente a este último partido.
O mandato de Quim Torra no parlamento regional foi-lhe retirado depois de ter sido condenado em dezembro passado a 18 meses de inelegibilidade por se ter recusado a obedecer à comissão nacional de eleições espanhola.
A instituição exigiu que ele removesse os símbolos pró-independência da fachada do edifício do Governo regional, durante as legislativas de abril passado, visto que o executivo catalão, a que preside, devia ser imparcial aquando de consultas eleitorais.
Entretanto, o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, foi reconduzido em meados de janeiro graças à abstenção da ERC, que teve uma posição que o JxC não aceitou.
Em troca desta abstenção, Sánchez prometeu negociações com o executivo regional para encontrar uma solução para o "conflito político" na Catalunha.
"Não há ninguém mais independentista do que eu (...) Assim como [na ERC] somos campeões da causa da República, também somos campeões do diálogo", disse Junqueras hoje no parlamento regional.
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