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Guterres pede união contra "crise global do ódio antissemita"

O secretário-geral da ONU apelou hoje à união das sociedades contra aquilo que definiu como uma "crise global do ódio antissemita", frisando, ao lembrar as vítimas do Holocausto, que o mundo tem o "dever" de tirar lições da História.

Guterres pede união contra "crise global do ódio antissemita"
Notícias ao Minuto

19:04 - 27/01/20 por Lusa

Mundo Holocausto

António Guterres falava numa cerimónia na sede da ONU, em Nova Iorque, por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, hoje assinalado no dia do 75.º aniversário da libertação dos campos de concentração nazis de Auschwitz-Birkenau, na Polónia.

"A nossa solidariedade perante o ódio é necessária hoje mais do que nunca, pois testemunhamos um ressurgimento profundamente preocupante de ataques antissemitas em todo o mundo", referiu o representante, mencionando, nomeadamente, a tendência de crescimento deste tipo de ataques em solo norte-americano.

Guterres lembrou, por exemplo, o ataque com uma arma branca que feriu em dezembro passado cinco pessoas que celebravam o Hanukkah (feriado judaico) na casa de um rabino, a norte da cidade de Nova Iorque.

Mas, segundo o secretário-geral da ONU, a situação também é grave na Europa, com registo de incidentes em França, Reino Unido, Alemanha e Itália.

"Existe uma crise global de ódio antissemita, um constante fluxo de ataques contra judeus, contra as suas instituições e propriedades", referiu o secretário-geral, citado pelo serviço noticioso ONU News.

Além disso, sustentou Guterres, o aumento do antissemitismo está ligado "a um aumento extremamente preocupante" da xenofobia, homofobia, discriminação e do ódio em muitas partes do mundo.

Na cerimónia em Nova Iorque, António Guterres defendeu igualmente que o mundo tem o "dever" de "aprender e reaprender as lições do Holocausto".

O mundo deve "comprometer-se a prevenir qualquer repetição" de tais acontecimentos, "de tais crimes", sublinhou o representante.

O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto foi igualmente assinalado na sede europeia das Nações Unidas, em Genebra (Suíça).

Num mundo "com sinais crescentes de preconceito e discriminação", é necessário "combater a intolerância e entender que a diversidade é algo enriquecedor, não uma ameaça", destacou a diretora-geral da ONU em Genebra, Tatiana Valovaya.

O sobrevivente de Auschwitz-Birkenau Paul Sobol, de 93 anos, foi o convidado de honra da cerimónia na cidade suíça.

Na sua intervenção, Paul Sobol lembrou que foi enviado para o campo de concentração com 18 anos, onde foi submetido a trabalhos forçados.

Em janeiro de 1945, o sobrevivente conseguiu fugir de Auschwitz-Birkenau e conseguiu reunir-se com a sua irmã na Bélgica.

"Muitos saíamos daquele campo, mas a mente de alguns sobreviventes permaneceu presa lá, porque a sua vida foi destruída", afirmou Sobol, que só conseguiu falar publicamente sobre a sua experiência 40 anos depois da sua fuga de Auschwitz-Birkenau.

"Uma vez lá dentro, não éramos mais seres humanos, tivemos de esquecer toda a nossa vida", concluiu o sobrevivente.

O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto foi criado por iniciativa da ONU em dezembro de 2005.

O dia de 27 de janeiro foi escolhido devido ao seu significado especial: nesse dia, em 1945, teve lugar a libertação dos campos de concentração nazis de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, pelas tropas soviéticas.

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