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Rouhani alerta sobre perigos do afastamento de candidatos a eleições

O Presidente iraniano, o reformista Hassan Rouhani, criticou hoje o afastamento pelo Conselho dos Guardiões de candidatos moderados e reformistas às eleições parlamentares de fevereiro, advertindo a ala conservadora que tal representa um perigo para a democracia no país.

Rouhani alerta sobre perigos do afastamento de candidatos a eleições
Notícias ao Minuto

16:12 - 27/01/20 por Lusa

Mundo Irão

O conservador Conselho dos Guardiões, um órgão nomeado pelo líder supremo Ali Khamenei e responsável pela aprovação dos candidatos elegíveis nos escrutínios no Irão, decidiu desclassificar centenas de candidatos às eleições parlamentares iranianas que estão agendadas para 21 de fevereiro.

Segundo a imprensa internacional, o órgão deliberou a desclassificação de mais de um terço dos 14.500 nomes que tinham a intenção de ir a votos.

Entre os candidatos afastados pelo poderoso Conselho dos Guardiões, órgão composto por 12 membros, constam 90 deputados moderados e reformistas cessantes que pretendiam concorrer a um novo mandato no parlamento iraniano.

Num discurso proferido hoje, citado pelas agências internacionais, Hassan Rouhani argumentou que não se pode ter numa votação candidatos de um único partido e pedir às pessoas que votem, pois nesse caso "as eleições não seriam mais necessárias".

"As nomeações são a maior ameaça à democracia e à soberania nacional", defendeu o líder do poder executivo iraniano.

Na República Islâmica do Irão existem dois grandes blocos políticos: os conservadores e os reformistas.

As duas fações têm vários partidos e ambas são pró-regime iraniano, mas, apesar do apoio instituído, a ala reformista tem vindo a exigir mais abertura política e social e, nos últimos anos, tem levantado fortes críticas contra o sistema

Eleito em 2013, Hassan Rouhani conduziu, então, uma campanha eleitoral que apostou no lema da moderação.

"Preocupa-me que um dia a palavra República se transforme num crime", declarou Rouhani, sublinhando que desde a revolução de 1979 [que transformou o país numa república islâmica sob a liderança do ayatollah Khomeini] os iranianos têm votado com base em duas palavras, "República" e "Islâmica".

Hassan Rouhani frisou igualmente que quando o regime precisa da presença das pessoas nas ruas não apela apenas à participação de um partido ou de um setor da sociedade iraniana em particular.

"No dia da vitória da revolução islâmica [11 de fevereiro], instamos todas as pessoas ou uma fação em particular? Se algum dia tivermos de enfrentar um ataque de um inimigo (...) instamos um setor ou todos?", concluiu o Presidente iraniano.

Em 21 de fevereiro, os iranianos vão ser chamados às urnas para escolher os deputados que vão ocupar os 290 lugares do parlamento iraniano.

A votação não poderia chegar num momento mais sensível para o Irão.

O país enfrenta, entre outras situações, a pressão internacional por causa do acordo nuclear internacional assinado em 2015 e as sanções norte-americanas que têm penalizado fortemente a economia iraniana.

As manifestações a nível nacional contra o aumento do preço da gasolina, registadas em meados de novembro e fortemente reprimidas na altura pelas autoridades iranianas, e a recente morte do general Qassem Soleimani -- que era visto por muitos como a segunda figura mais importante do regime iraniano - numa ação ordenada pelos norte-americanos são outros dos acontecimentos a marcar a situação atual do país.

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