Fitch prevê eleições pacíficas na Costa do Marfim mas com risco de crise

A agência de notação financeira Fitch considera que as eleições presidenciais de outubro na Costa do Marfim encerram "um risco significativo de uma crise política disruptiva", apesar de preverem a vitória do atual Presidente, caso se recandidate.

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Lusa
27/01/2020 15:03 ‧ 27/01/2020 por Lusa

Mundo

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"Os altos riscos políticos à volta das próximas eleições presidenciais em outubro continuam a pesar no perfil de crédito da Costa do Marfim, com o nosso cenário base a apontar para as eleições serem pacíficas, mas com um risco significativo de uma crise política disruptiva", escrevem os analistas da agência de 'rating'.

Numa nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso, a Fitch Ratings lembra que "no seguimento de uma década em que as tensões foram controladas, a polarização política está a crescer novamente, alimentada pelo posicionamento partidário pré-eleitoral".

Os desacordos sobre a gestão eleitoral ou os processos judiciais contra importantes figuras da oposição "podem ser gatilhos para uma crise política, e isto pode aumentar os riscos de segurança e fazer com que a violência política ressurja", escrevem os analistas.

Desde 1995, todas as eleições presidenciais, com exceção das eleições em 2015, assistiram a "significativa violência comunitária e perturbações da atividade económica", tendo havido dois anos, em 2000 e 2011, em que os pagamentos aos mercados externos foram interrompidos.

A assunção de uma eleição relativamente pacífica, com a vitória do atual Presidente, Alassane Ouattara, está refletida na decisão de novembro de rever a Perspetiva de Evolução da Costa do Marfim de Estável para Positiva, conclui a Fitch Ratings.

O atual chefe de Estado, Alassane Ouattara, mantém o tabu sobre a eventual candidatura a um terceiro mandato, mas anunciou que será candidato se os seus rivais históricos, os ex-Presidentes Laurent Gbagbo, 74 anos (75 em maio), e Henri Konan Bédié, 85 anos, concorrerem.

Alassane Ouattara, que promoveu alterações à Constituição, em 2016, acredita ser legítima a candidatura a um terceiro mandato, numa leitura contestada pela oposição.

Com um clima político tenso, as eleições presidenciais realizam-se quando passam 10 anos da crise pós-eleitoral de 2010-2011, que causou 3.000 mortos, devendo ser disputadas por alguns dos mesmos protagonistas.

 

 

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