O repórter de guerra Fergal Keane abandonou o seu cargo de correspondente da BBC News na África do Sul depois de vários anos a sofrer com perturbação do stress pós-traumático, anunciou esta sexta-feira a estação britânica.
O jornalista trabalhou em várias zonas de conflito em todo o mundo, incluindo no genocídio do Ruanda. Depois de vários anos a lidar com a doença, decidiu abandonar o cargo para ajudar a sua recuperação.
"As razões que levaram a esta decisão são pessoais. Durante vários anos, o Fergal tem lidado em privado com os efeitos da perturbação do stress pós-traumático, resultado de várias décadas de trabalho em zonas de conflito em todo o mundo", pode ler-se no anúncio, que é dirigido aos colegas do repórter.
"Ele sempre foi apoiado pelos amigos e colegas na BBC, assim como sempre recebeu aconselhamento médico. No entanto, ele sente agora que precisa de mudar de papel para melhor conseguir recuperar. É muito corajosa, e muito bem-vinda, a decisão de falar abertamente sobre a perturbação do stress pós-traumático", acrescenta.
Keane irá continuar a trabalhar como jornalista mas num novo cargo, que não foi revelado.
Alguns colegas, como Dearbhail McDonald, recorreram ao Twitter para manifestar o seu apoio a Fergal Keane. "Todos fomos inspirados pelo trabalho do Fergal e continuaremos a ser", escreveu McDonald, desejando-lhe "o melhor, na sua recuperação e no seu novo papel".
We’ve all been inspired by Fergal Keane & will continue to be. Wishing him well in his recovery and his new role. https://t.co/cC4HiEJTUe
— Dearbhail McDonald (@DearbhailDibs) January 24, 2020