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Novo coronavírus tem sintomas semelhante a síndrome respiratório agudo

Dados preliminares sobre o coronavírus, com origem na cidade chinesa de Wuhan, indicam alguns sintomas semelhantes entre os primeiros 41 casos deste novo vírus e o Síndrome Respiratório Agudo Grave (SARS) de 2019, publica hoje a revista "Lancet".

Novo coronavírus tem sintomas semelhante a síndrome respiratório agudo
Notícias ao Minuto

17:01 - 24/01/20 por Lusa

Mundo Coronavírus

Outro estudo publicado pela mesma revista relata a transmissão de pessoa a pessoa e a disseminação entre cidades do novo coronavírus em seis membros da mesma família na China e os investigadores enfatizam a necessidade de medidas de controlo vigilantes.

Segundo os dois estudos publicados pela 'The Lancet', o novo coronavírus (2019-nCoV) apresenta sintomas semelhantes à síndrome SARS e parece capaz de se espalhar de pessoa para pessoa e entre cidades.

Essas descobertas envolvem apenas um pequeno número de doentes e os autores referem a necessidade de maximizar as hipóteses de conter a infeção 2019-nCoV por meio de vigilância cuidadosa, rastreamento ativo de contactos e pesquisas vigorosas dos hospedeiros animais e das rotas de transmissão aos seres humanos.

Dados publicados hoje dão 835 infeções confirmadas em laboratório por 2019-nCoV relatadas na China, com 25 casos mortais.

O estudo avança que muitos dos casos foram vinculados ao mercado de Huanan, em Wuhan, China, onde animais de caça recém-mortos foram vendidos, embora a fonte original de infeção permaneça desconhecida.

O 2019-nCoV está mais relacionado aos coronavírus dos morcegos-ferradura chineses, avança a "The Lancet", acrescentando que, atualmente, seis coronavírus (sete incluindo 2019-nCoV) são conhecidos por causar doenças do trato respiratório em pessoas, mas apenas a SARS e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) resultaram em grandes surtos de doenças fatais até o momento.

Atualmente, não existem medicamentos antivirais específicos para coronavírus ou vacinas com eficácia comprovada em seres humanos.

No primeiro novo estudo, os investigadores analisaram os 41 primeiros pacientes infetados com 2019-nCoV confirmado por laboratório e internados no hospital na cidade de Wuhan entre 16 de dezembro de 2019 e 02 de janeiro de 2020.

Os autores combinaram registos clínicos, resultados laboratoriais e de imagem com dados epidemiológicos. Em média, os pacientes eram de meia-idade (média de 49 anos), a maioria havia visitado o mercado de Huanan (66%, 27 doentes), e a maioria dos pacientes era do sexo masculino (73%, 30 pessoas).

Tal como a SARS, a maioria dos casos afetou pessoas saudáveis, com menos de um terço dos casos a ocorrer em pacientes com condições médicas crónicas como diabetes (20%, 8 pacientes), tensão arterial alta (15%, 6) e doenças cardiovasculares (15%, 6 pessoas).

Da mesma forma, as infeções por 2019-nCoV apresentaram uma ampla gama de sintomas: Todos os doentes internados no hospital apresentavam pneumonia e a maioria tinha febre (98%, 40 pessoas), tosse (76%, 31) e fadiga (44%, 18).

Mais da metade dos doentes também teve falta de ar (dispneia; 55%, 22), enquanto dores de cabeça (8%, 3) e diarreia (3%, 1) eram raras.

"Apesar de compartilhar alguns sintomas semelhantes aos da SARS (por exemplo, febre, tosse seca, falta de ar), existem algumas diferenças importantes, como a ausência de sintomas do trato respiratório superior", explica o principal autor do estudo, Bin Cao, do Hospital de Amizade China-Japão e da Universidade de Medicina Capital, da China.

Aproximadamente um em cada três doentes desenvolveu síndrome do desconforto respiratório agudo (29%, 12 pessoas) ou foi internado em terapia intensiva (32%, 13 pacientes) e seis morreram.

"Atualmente é difícil de entender a taxa de mortalidade associada a esse novo vírus, pois estamos a detetar apenas casos graves nos estágios iniciais da epidemia, em vez dos casos mais ligeiros ou assintomáticos", explica a coautora do estudo, Lili Ren, da Academia de Ciências Médicas e Peking Union Medical College, da China.

Vinte e oito doentes (68%) tiveram alta hospitalar em 22 de janeiro de 2020.

Os autores observaram várias limitações do estudo, incluindo o facto de que, devido ao número limitado de casos, é difícil avaliar os fatores de risco para a gravidade e mortalidade da doença e exigem estudos maiores em ambiente ambulatório e comunitário para confirmar todo o espetro clínico da doença.

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