Milhares manifestam-se no Iraque pela expulsão dos militares dos EUA
Milhares de apoiantes do poderoso líder xiita Moqtada al-Sadr manifestaram-se hoje em Bagdad pela expulsão dos militares norte-americanos do Iraque, onde o sentimento anti norte-americano aumentou nas últimas semanas.
© REUTERS/Alaa al-Marjani
Mundo EUA/Irão
Aos gritos de "Fora, fora ocupante" ou "Sim à soberania", uma multidão de fiéis de Moqtada al-Sadr, homens, mulheres e crianças, alguns dos quais vindos de outras regiões do país, concentrou-se no bairro de Jadriyah, agitando bandeiras iraquianas.
Num comunicado lido por um porta-voz, o líder xiita apelou à retirada das forças norte-americanas do Iraque, à anulação dos acordos de segurança entre Bagdad e Washington e ao encerramento do espaço aéreo iraquiano aos aviões militares dos Estados Unidos.
Moqtada al-Sadr, cujo partido domina o Parlamento iraquiano desde as eleições de 2018, apelou ainda ao presidente norte-americano, Donald Trump, a não ser "arrogante" face aos responsáveis iraquianos.
"Se tudo isto for feito, lidaremos (com os Estados Unidos) como com um país não ocupante, se não considerá-lo-emos como um país hostil ao Iraque", adiantou.
Várias fações paramilitares iraquianas, como as pró-iranianas das Forças de Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), normalmente rivais de Sadr, apoiaram o seu apelo para a manifestação.
O apelo a "uma manifestação pacífica de um milhão de pessoas contra a presença norte-americana", levou o campo anti-poder a temer que as suas reivindicações - eleições antecipadas, um primeiro-ministro independente e o fim da corrupção - sejam novamente secundarizados.
O movimento de contestação desencadeado a 1 de outubro no Iraque foi relegado para segundo plano após a morte do poderoso general iraniano Qassem Soleimani e do 'número dois' das Forças de Mobilização Popular, Abu Mehdi al-Muhandis, no início do mês num ataque norte-americano junto ao aeroporto de Bagdad.
Dois dias mais tarde, o parlamento iraquiano votou a favor da partida das tropas estrangeiras do país, incluindo os cerca de 5.200 militares norte-americanos destacados para ajudar os iraquianos na luta anti-'jihadista'.
As operações da coligação internacional anti-jihadista conduzida pelos Estados Unidos então suspensas desde então e as discussões com Bagdad sobre o futuro dos militares norte-americanos ainda não começou, segundo o coordenador da coligação, o norte-americano James Jeffrey.
Na quarta-feira, a Casa Branca referiu que Donald Trump e o seu homólogo iraquiano, Barham Saleh, tinham chegado nesse dia a acordo sobre a necessidade de manter a presença militar dos Estados Unidos no Iraque, num encontro em Davos à margem do Fórum Económico Mundial.
"Os dois dirigentes concordaram com a importância de prosseguir a cooperação económica e ao nível da segurança entre o Iraque e os Estados Unidos, incluindo na luta contra" o grupo extremista Estado Islâmico (EI), indicou a Casa Branca num comunicado.
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