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Argélia reúne na quinta-feira chefes da diplomacia dos países vizinhos

A Argélia acolhe na quinta-feira uma reunião dos chefes da diplomacia dos países vizinhos da Líbia, no âmbito dos esforços internacionais para obter uma solução política para a crise líbia, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros argelino.

Argélia reúne na quinta-feira chefes da diplomacia dos países vizinhos
Notícias ao Minuto

15:26 - 22/01/20 por Lusa

Mundo Líbia

"Por iniciativa da Argélia", vai decorrer em Argel "um encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países vizinhos da Líbia, com a participação da Tunísia, Egito, Sudão, Chade e Níger", indica um comunicado do ministério, acrescentando que "o ministro dos Negócios Estrangeiros do Mali também assistirá a este encontro devido às implicações da crise líbia neste país vizinho".

"Esta reunião insere-se no âmbito dos esforços intensos da Argélia de coordenação e concertação entre os países vizinhos e os atores internacionais com o objetivo de acompanhar os líbios na via de uma resolução pacífica da crise através de um diálogo inclusivo entre todas as partes", sublinha o ministério argelino.

"Durante este encontro, serão expostos os últimos desenvolvimentos na Líbia (...) para permitir aos irmãos líbios a resolução da crise do seu país longe de qualquer ingerência, qualquer que seja a sua natureza", acrescenta o comunicado.

A Argélia, que pretende manter uma distância igual entre os dois campos que se confrontam na guerra civil líbia, multiplicou nas últimas semanas as consultas destinadas a tentar garantir uma solução política.

Após o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte e os chefes da diplomacia francesa, turca, egípcia e italiana, o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan é esperado no domingo em Argel para uma visita de dois dias.

Após quase uma década de ausência, a Argélia regressou à arena internacional no decurso da cimeira de Berlim sobre a Líbia que decorreu no domingo, e com o objetivo de recuperar a influência perdida devido à longa doença do ex-Presidente Abdelaziz Bouteflika.

Ministro dos Negócios Estrangeiros e mentor da ativa diplomacia argelina durante a década de 1970, Bouteflika realizou a última grande visita ao estrangeiro em 2010, quando viajou a Madrid para um encontro bilateral.

De seguida recebeu em Argel importantes responsáveis internacionais, incluindo a então secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e o chefe do governo espanhol Mariano Rajoy, o último dirigente europeu que recebeu antes do derrame cerebral em 2013 que o deixou incapacitado.

A perda do "brilho" e da influência da Argélia na cena internacional permitiu a "chantagem política" de diversos países "que se coordenaram de forma cuidadosa para excluir a Argélia da Líbia e abortar qualquer iniciativa argelina", susteve o analista e jornalista argelino Abdelkader Daridi em declarações à agência noticiosa Efe.

A eleição em 12 de dezembro do novo Presidente Abdelmadjid Tebboune -- num escrutínio boicotado pelo movimento de contestação "Hirak" e com uma taxa de participação que rondou os 40% --, alterou esta tendência.

O novo chefe de Estado, e ex-primeiro-ministro de Bouteflika, reuniu em finais de dezembro o Alto Conselho de Segurança para delinear "uma política externa dinâmica e pró-ativa" na região, em particular a crise na Líbia, um motivo de grande preocupação para Argel pelo facto de compartilharem uma fronteira comum com cerca de mil quilómetros.

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