Líbano enfrenta "uma catástrofe" económica, alerta novo primeiro-ministro
O novo primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, advertiu hoje que o país enfrenta "uma catástrofe" económica, sublinhando os "imensos desafios" que esperam a sua equipa após a primeira reunião do governo anunciado na terça-feira.
© Reuters
Mundo Líbano
"Enfrentamos um impasse financeiro, económico e social", reconheceu Diab, um universitário de 61 anos, depois de mais uma noite de violência em várias cidades libanesas.
"Enfrentamos uma catástrofe e devemos aliviar o impacto e as repercussões deste desastre sobre os libaneses", considerou Diab, sublinhando que "os desafios são imensos" e que "os libaneses estão cansados das promessas e de programas vazios".
O novo chefe do governo libanês tinha prometido na terça-feira que o executivo faria todo o possível para responder às reivindicações do movimento de contestação, que pede uma revisão do sistema político e a demissão de uma classe política considerada incompetente e corrupta, nomeando um governo de "tecnocratas independentes".
Mas para os manifestantes, mobilizados desde 17 de outubro, os ministros continuam a ser personalidades ligadas à classe política criticada.
Os manifestantes conseguiram a 29 de outubro a demissão do anterior primeiro-ministro, Saad Hariri, que só agora foi substituído, tendo o governo sido formado por um único campo político, o do poderoso movimento xiita Hezbollah pró-iraniano e dos seus aliados, maioritários no parlamento e que incluem a formação xiita Amal e a Corrente Patriótica Livre, fundada pelo presidente Michel Aoun.
Desde a formação do novo governo, manifestantes incendiaram pneus e bloquearam autoestradas em todo o país.
"Em vez de políticos corruptos, temos direito aos amigos dos políticos corruptos", ironizou Ahmad Zaid, estudante de 21 anos em Beirute.
"Recusamos totalmente o governo de Hassan Diab, não é uma equipa de tecnocratas independentes e não responde às exigências populares", disse na terça-feira à noite à agência France-Presse um manifestante em Tripoli, Ala-a Khodor.
Prometeu que os contestatários prosseguirão os protestos "até à queda do governo Diab".
"Um governo de gestão do caos?", questionou hoje em manchete o diário Annahar.
O novo executivo tem uma tarefa titânica num país com uma dívida próxima dos 90 mil milhões de dólares (81 mil milhões de euros), mais de 150% do seu produto interno bruto (PIB).
Nos últimos meses a crise económica agravou-se com despedimentos em massa, drásticas restrições bancárias e uma forte desvalorização da libra libanesa face ao dólar.
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