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Erdogan nega envio de tropas. Confirma presença de instrutores militares

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, assegurou hoje que não existe presença militar do seu país na Líbia e que apenas foram enviados instrutores militares em apoio ao Governo de Tripoli, reconhecido pela ONU e confrontado com uma guerra civil.

Erdogan nega envio de tropas. Confirma presença de instrutores militares
Notícias ao Minuto

17:52 - 20/01/20 por Lusa

Mundo Líbia

"De momento, não enviámos forças militares. Apenas instrutores e peritos", assegurou Erdogan à agência noticiosa estatal Anadolu durante a viagem de regresso à Turquia após participar na conferência internacional que decorreu domingo, em Berlim, para tentar uma saída para a crise na Líbia.

O Presidente turco tinha declarado previamente a intenção da Turquia em enviar diversas equipas para a Líbia sob o comando de militares turcos, sem especificar a sua composição.

A "Wagner [empresa provada russa] tem 2.500 funcionários de segurança ali. Porque não perguntam por isso? E não apenas a Wagner. O Sudão tem uns 5.000 soldados. O Chade, a Nigéria, e também o Egito", assinalou Erdogan.

Na conferência, convocada pela chanceler alemã, Ângela Merkel, e sob os auspícios das Nações Unidas, foi alcançado um acordo mínimo pelo qual as duas frações em confronto -- o governo de Tripoli e as forças do marechal Khalifa Haftar -- e os seus aliados estrangeiros devem respeitar o cessar-fogo e o embargo às armas, pelo que a presença de tropas turcas significaria uma violação do acordo.

Na conferência de Berlim, onde estiveram presentes o Governo de Tripoli e Haftar, e ainda dirigentes dos Estados Unidos, Rússia, França, Itália e Reino Unido, foi exigida a "suspensão constante das hostilidades" e "passos credíveis e verificáveis" em direção ao cessar-fogo, incluindo o "desmantelamento" dos grupos armados e das milícias.

A Líbia, mergulhada no caos desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011, na sequência de uma rebelião interna e uma intervenção militar da França, Reino Unido e Estados Unidos, enfrenta atualmente uma guerra civil entre o Governo de Acordo Nacional (GNA), reconhecido pela ONU, e as forças de Haftar.

No domingo entrou em vigor uma frágil trégua por iniciativa de Ancara, que apoia o GNA, e Moscovo, suspeito de apoiar Haftar a par da Arábia Saudita, Egito ou Emirados, apesar dos desmentidos oficiais.

Na segunda-feira passada decorreram em Moscovo negociações destinadas a definir as modalidades desta trégua, mas o marechal Haftar decidiu abandonar intempestivamente a capital russa sem assinar o documento.

Apesar deste fracasso negocial, a Rússia afirmou que a trégua seria prolongada de forma "indefinida". Mas a evolução da situação no país do norte de África parecia dependente da conferência internacional que decorreu no domingo em Berlim.

A trégua patrocinada pela Rússia e Turquia ilustra o peso crescente destes dois países na tentativa de resolução da crise na Líbia.

Em 01 de janeiro o parlamento turco autorizou o envio de tropas para a Líbia, e há duas semanas Ancara iniciou o envio de militares em apoio ao GNA, uma iniciativa que suscitou receios de uma escalada na violência.

Desde então chegaram à Líbia 34 militares turcos para fornecer treino às forças do GNA, apesar de diversos media da Turquia terem referido que Ancara recrutou combatentes de milícias sírias para se envolveram no conflito do país norte-africano.

E em 05 de janeiro, Erdogan especificou que Ancara teria "diferentes equipas [na Líbia] como força de combate". "Não serão soldados nossos. Estas diferentes equipas trabalharão como força de combate. Mas a coordenação será da responsabilidade dos nossos militares de alta patente", disse na altura.

Na quarta-feira, o ministro turco da Defesa também confirmou a criação de um gabinete de cooperação militar na Líbia, acrescentando que a sua dimensão evoluirá em função das necessidades, um dia depois de Erdogan, ter ameaçado "infligir uma lição" às forças do marechal Haftar, caso seja retomada a ofensiva militar contra o Governo de Tripoli.

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