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Líbano atribui confrontos a "infiltrados" entre manifestantes

Autoridades do Líbano atribuíram hoje à presença de "infiltrados" entre os manifestantes os confrontos que causaram mais de 500 feridos durante o fim de semana, isentando as forças de segurança de responsabilidade.

Líbano atribui confrontos a "infiltrados" entre manifestantes
Notícias ao Minuto

16:50 - 20/01/20 por Lusa

Mundo Líbano

No sábado e domingo, a polícia antimotim disparou balas de borracha, granadas lacrimogéneas e utilizou canhões de água para afastar manifestantes, que lhe lançavam pedras, petardos e, por vezes, sinais de trânsito.

Pelo menos 546 pessoas, dos dois lados, ficaram feridas nos dois dias, segundo balanços da Cruz Vermelha libanesa e da defesa civil coligidos pela agência France Presse.

O Líbano é palco desde 17 de outubro de uma contestação sem precedentes dirigida contra a classe política considerada corrupta e incapaz de tirar o país da crise económica.

Organizações não-governamentais e defensores dos direitos humanos denunciaram um uso excessivo da força pela policia, acusando-a a Human Rights Watch de "disparar balas de borracha visando os olhos".

Hoje, o presidente Michal Aoun convocou uma reunião de segurança, durante a qual "saudou os esforços" das forças da ordem, segundo a agência oficial ANI.

Os participantes, entre os quais os ministros da Defesa e do Interior, evocaram "a presença de elementos infiltrados entre os manifestantes que recorreram a atos de vandalismo e atacaram as forças da ordem", segundo uma fonte governamental.

As forças decidiram "medidas" não precisadas para "proteger os manifestantes pacíficos e impedir as agressões contra as propriedades públicas e privadas e neutralizar os causadores de problemas", indicou a mesma fonte.

Em três meses de contestação, a raiva não tem deixado de crescer entre os manifestantes, que criticam a inércia dos dirigentes: a crise económica tem-se agravado com despedimentos em massa, restrições bancárias drásticas e uma forte desvalorização da libra libanesa face ao dólar.

Nas redes sociais, ativistas vão ridicularizando a retórica do poder e o termo "infiltrados" utilizado regularmente pelas autoridades.

Utilizando a frase #Souinfiltrado, manifestantes indicam o seu nome e profissão, reivindicando a sua participação nas manifestações.

A Comissão dos advogados para a defesa dos manifestantes, que esteve com alguns dos contestatários detidos brevemente no sábado, disse que "a maioria" foi vítima de "violência excessiva", tendo alguns lesões "na cabeça, rosto ou órgãos genitais".

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