"Será a tarefa mais importante da presidência, procurar um equilíbrio e um compromisso para um orçamento que é muito importante para todos os projetos da União Europeia (UE)", disse a embaixadora à imprensa em Lisboa, à margem do lançamento da presidência croata, no Museu dos Coches, em Lisboa.

"Esperamos entrar em diálogo com todos os seus países membros para procurar um consenso", "um equilíbrio e um compromisso", acrescentou a embaixadora, que apresentou credenciais há pouco mais de um mês mas fez todas as suas intervenções em português.

A negociação do chamado Quadro Financeiro Plurianual enfrenta diferentes posições entre Estados-membros, com os chamados contribuintes líquidos contra um aumento das respetivas contribuições à luz da saída do Reino Unido, e os países que mais dependem dos fundos, designadamente os "amigos da coesão", caso de Portugal e da Croácia, opõem-se a cortes nos fundos de coesão.

A questão foi igualmente sublinhada pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus portuguesa, Ana Paula Zacarias.

"Se me perguntar o que é que nós gostaríamos que a presidência croata alcançasse, eu diria: o acordo sobre o orçamento a longo prazo", admitiu a secretária de Estado, que evocou depois o Pacto Ecológico e a transição digital, com implicações sociais que constarão da agenda da presidência portuguesa, no primeiro semestre de 2021.

A embaixadora Anita Trsic destacou também do programa da presidência croata a Cimeira UE-Balcãs Ocidentais, em maio em Zagreb, defendendo "uma política de alargamento credível e baseada no mérito".

A cimeira, disse, servirá para promover de forma "honesta e ambiciosa o apoio a todos os países Balcãs Ocidentais - Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Macedónia do Norte, Montenegro e Sérvia - no caminho europeu", "com base nas suas realizações no cumprimento das condições e critérios necessários".

A questão do alargamento da União voltou ao topo da agenda europeia depois de, em outubro, França ter vetado a abertura de negociações de adesão com a Macedónia do Norte e a Albânia, uma decisão criticada como "um grande erro histórico" por parceiros europeus e pelos presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e do Conselho Europeu, Donald Tusk.

Um novo pacto sobre migrações, o Pacto Ecológico Europeu, a Conferência sobre o Futuro da Europa e a negociação da relação com o Reino Unido após o 'Brexit' constam igualmente do topo da agenda da presidência croata.

"O 'slogan' da presidência é Uma Europa Forte num Mundo de Desafios" e o programa "baseia-se em quatro pilares: uma Europa em desenvolvimento, um Europa conectada, uma Europa protetora e uma Europa influente", explicou a embaixadora.

A embaixada da Croácia em Portugal promoveu hoje o "ato inaugural" da sua presidência do Conselho Europeu com a inauguração, no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, de uma exposição do escultor Vasco Lipovac.

A Croácia exerce a presidência da UE pela primeira vez desde a adesão, em 2013.

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