O Presidente do Kosovo, Hashim Thaçi, informou no Facebook sobre a decisão de mandatar Kurti, que dispõe de 15 dias para conseguir apoio maioritário no parlamento.

O Vetëvendosje elegeu 29 deputados, seguido pela conservadora e liberal Liga Democrática do Kosovo (LDK) com 28 lugares. Os dois partidos, até agora na oposição, mantêm uma desconfiança mútua apesar de já terem colaborado no passado e estarem a negociar há meses uma eventual coligação.

Para garantirem a formação de um governo necessitam da maioria absoluta entre os 120 deputados, e estão dependentes do apoio das outras três formações partidárias ou dos deputados das minorias étnicas.

De acordo com a Constituição, o novo gabinete necessita de incluir um representante da minoria sérvia kosovar. Em 06 de outubro, a "Lista Sérvia" elegeu 10 deputados.

As conversações entre as duas formações estão de momento bloqueadas devido a divergências sobre a partilha de cargos, incluindo a presidência do Kosovo, cujo mandato expira em 2021. Kurti pediu à líder da LDK, Isa Mustafa, que prossiga as negociações até à obtenção de um acordo.

As eleições legislativas, também previstas para 2021, foram antecipadas devido à demissão do primeiro-ministro ministro Ramush Haradinaj após ter sido convocado como suspeito pelo tribunal que julga os crimes de guerra no Kosovo entre 1998 e 2000.

A campanha eleitoral, ao contrário dos anteriores escrutínios assinalados pela questão da independência e das relações com a Sérvia, foi dominada pelos graves problemas económicos e sociais, neste pequeno país de 1,8 milhões de habitantes, com um desemprego que atinge os 30% e ultrapassa os 50% entre a população mais jovem, para além da prevalente corrupção e nepotismo.

Os media e comentadores políticos do Kosovo têm aumentado as críticas face ao Vetëvendosje e LDK, devido à paralisia política que se prolonga há mais de três meses.

Diversos 'sites' independentes tem definido o "jogo de póquer" entre estas dois partidos de "matemáticas" sem sentido, enquanto o politólogo Seb Bytyçi considerou que o Vetëvendosje e a LDK devem encontrar obrigatoriamente um compromisso, para "alterar o sistema político".

O chefe de redação do diário Koha Ditore considerou que "não é o interesse geral que permanece no centro das preocupações dos dois partidos" e que "O Estado e os cidadãos permanecem uma vez mais na sombra dos interesses partidários e individuais, do gosto do poder".

A formação do novo executivo é decisiva para o eventual reinício do diálogo sobre a normalização das relações com a Sérvia, que não reconhece a independência da sua antiga província do sul autoproclamada em 2008.

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