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Borrell diz que UE devem estar preparada para apoiar acordo com a Líbia

O alto representante da Política Externa da União Europeia assegurou que os Estados-membros devem estar preparados para apoiar o acordo que poderá ser hoje assinado sobre o conflito da Líbia, particularmente em relação ao cessar-fogo e ao embargo de armas.

Borrell diz que UE devem estar preparada para apoiar acordo com a Líbia
Notícias ao Minuto

14:45 - 19/01/20 por Lusa

Mundo Líbia

Josep Borrell proferiu estas declarações em Berlim, pouco antes do início da conferência internacional sobre a Líbia, na qual participam os líderes dos dois lados em conflito, o marechal Khalifa Haftar e primeiro-ministro Fayez al-Sarraj, e vários países convidados entre os quais a Rússia e da Turquia, França, Egito, Itália e Estados Unidos, Reino Unido, China, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Liga Árabe e a União Africana.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também vai participar na conferência e pediu às partes para se comprometerem construtivamente com a resolução do conflito.

"Acho que os europeus devem estar fortemente envolvidos", afirmou o político espanhol, que pediu "unidade" de ação aos parceiros da União Europeia, após reconhecer que diferentes países apoiam fações opostas e que estão a acontecer várias mudanças no cenário regional.

O representante europeu alertou que "há seis meses turcos e russos não eram relevantes no Mediterrâneo central", numa referência à Líbia, "e agora são".

"Penso que os europeus devem ter uma voz importante no Mediterrâneo central. Se não a temos lá, então onde", questionou o chefe da diplomacia.

Borrell participa da conferência juntamente com a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, e uma grande representação internacional, dado que muitos países têm interesses, nomeadamente económicos, na Líbia.

A conferência internacional sobre a crise na Líbia visa consolidar as tréguas e impedir ingerências estrangeiras no país, nomeadamente através de apoio militar.

O encontro foi convocado na semana passada pela chanceler alemã, Angela Merkel, após dez meses de combates iniciados pela ofensiva lançada pelo Exército Nacional Líbio (ENL), do marechal Khalifa Haftar, contra Tripoli, sede do governo de acordo nacional (GAN, reconhecido pela ONU) do primeiro-ministro Fayez al-Sarraj.

Os combates causaram cerca de 1.500 mortos, incluindo mais de 280 civis, e perto de 150.000 deslocados.

A conferência acontece depois de negociações em Moscovo, sob a égide da Rússia e da Turquia, cujos presidentes, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, pediram um cessar-fogo que está em vigor desde domingo passado, apesar de Haftar não ter assinado o acordo, ao contrário de Al-Sarraj.

A Líbia, que dispõe das mais importantes reservas africanas de petróleo, é palco de violência e de lutas pelo poder desde a queda e morte em 2011 do ditador Muammar Kadhafi, após uma revolta popular e uma intervenção militar conduzida pela França, Reino Unido e Estados Unidos.

Atualmente a Líbia conta com dois "governos", um em Tripoli e outro no leste. A nível regional, o de Al-Sarraj recebe ajuda da Turquia e do Qatar, enquanto o ligado a Haftar é apoiado pela Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Egito, rivais de Ancara.

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