"Mais de 65 pessoas foram transferidas para hospitais (...) enquanto mais de 100 receberam tratamento no local", indicou à Agência France-Presse um porta-voz da Cruz Vermelha, precisando que os feridos eram manifestantes e membros das forças de segurança.
Estes foram os confrontos mais violentos desde o início da contestação ao governo, em 17 de outubro de 2019, num país em plena crise política e económica.
Os confrontos ocorreram em frente a uma das principais entradas do Parlamento e os manifestantes, muitos de cara tapada, lançaram pedras, ramos de árvores e postes de sinalização na direção da polícia de choque.
A polícia dispersou os manifestantes com canhões de água e disparos de gás lacrimogéneo.
Inicialmente estava prevista uma manifestação perto do Parlamento e vários grupos deveriam convergir para o local provenientes de diferentes pontos da capital e arredores, mas a situação deteriorou-se antes da chegada dos grupos.
Num comunicado na rede social Twitter, as forças de segurança interna lamentaram os atos "violentos" e pediram aos manifestantes "pacíficos" para ficarem afastados do local "para sua própria segurança".
O movimento de contestação, que levou à demissão no final de outubro do primeiro-ministro, Rafic Hariri, opõe-se a uma classe política acusada de corrupção e incompetência e reclama um governo formado por tecnocratas e personalidades independentes.
Na terça e na quarta-feira, a capital libanesa já tinha sido cenário de violência, durante a noite, com atos de vandalismo contra vários bancos e confrontos entre a polícia e manifestantes.