Cerca de 150 detidos em Bruxelas em protesto dos Extinction Rebellion
Mais de uma centena de pessoas foi detida hoje em Bruxelas na sequência de uma série de ações contra a poluição organizadas pelo grupo ativista Extinction Rebellion (XR) no perímetro do salão automóvel, adiantou a polícia.
© Reuters
Mundo Bruxelas
Cerca de 150 pessoas foram detidas esta tarde após a última ação, um 'die in', ou seja, uma ação em que os manifestantes se deitam para bloquear a passagem, precisou à AFP um porta-voz da polícia.
Os ativistas vão ser libertados depois de identificados, indicou a mesma fonte.
O grupo ativista XR apelou para que os seus simpatizantes se concentrassem no recinto do salão automóvel para a operação "Salão das Mentiras", destinada a "perturbar o Salão Automóvel para dizer a verdade sobre as alterações climáticas e o papel motor da indústria automóvel no âmbito da crise", segundo o comunicado do grupo divulgado nas redes sociais e citado pela AFP.
Uma faixa com a frase "stop às emissões de CO2" foi colocada na entrada principal do recinto e outras ações foram desencadeadas em diferentes expositores, constataram os jornalistas da AFP.
Os ativistas acorrentaram-se aos volantes dos automóveis ali presentes e alguns veículos foram tingidos com tintas vermelhas. Houve ainda uma ação específica no expositor da petrolífera Shell, onde um ativista nu e ensanguentado gritava "Shell mata" ao mesmo tempo que outros usavam uma máscara com o logótipo da companhia petrolífera e distribuíam panfletos aos visitantes.
Seguindo as instruções do movimento, os ativistas recorreram à dispersão para desencadear várias ações em pequenos grupos no interior do salão, dirigindo-se a alvos pré-selecionados, mas vários organizadores, identificados pela polícia, foram detidos antes de entrar.
"Apelidámo-lo de 'Salão das Mentiras' porque já não acreditamos na indústria automóvel enquanto fonte de solução para enfrentar a crise ecológica e climática. Já mentiu no passado, continua a mentir e continuará a mentir-nos se não a travarmos", disse à AFP um dos porta-vozes do XR, que se identificou como Sarah.
"Para esta ação o objetivo era permitir aos cidadãos dizer: nós não queremos continuar a ser pressionados pela indústria automóvel, porque é preciso um outro modelo de mobilidade que favoreça um conjunto de alternativas que sejam justas social e ecologicamente", acrescentou.
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