Austrália. Governo vai canalizar 1,24 mil milhões para recuperar turismo
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, anunciou hoje que vai canalizar 1,24 mil milhões de euros para a indústria do turismo como parte de um plano de recuperação face aos incêndios que fustigam o país há quatro meses.
© Reuters
Mundo Austrália
O chefe do Governo explicou que pretende dar "um grande impulso" à indústria turística, mas remeteu os detalhes do plano para a próxima semana.
Um relatório do Conselho australiano de Exportações e Turismo divulgou hoje que o número de turistas que reservaram estadias na Austrália caiu entre 10 e 20% desde o início dos incêndios, em setembro, o que representa perdas para a indústria na ordem dos 2,7 mil milhões de euros.
"Os visitantes internacionais estão a cancelar [as suas reservas] devido a preocupações com a qualidade do ar, segurança e impacto dos incêndios na oferta turística", explicou o diretor-geral do conselho, Peter Shelley.
Os incêndios na Austrália já provocaram a morte de 28 pessoas e de milhões de animais e destruíram uma área maior do que Portugal.
As movimentadas cidades turísticas de Sydney e Melbourne estão, há semanas, envolvidas por uma névoa de fumo tóxico.
"O Governo e a indústria do turismo têm de passar urgentemente a mensagem de que muitos destinos turísticos imperdíveis não foram afetados pelos incêndios", defendeu Peter Shelley.
Segundo o organismo dedicado ao turismo, os visitantes que mais têm anulado as suas reservas são dos Estados Unidos e da Europa, com especial destaque para o Reino Unido.
Os turistas destas duas grandes regiões do mundo são habitualmente responsáveis por metade das reservas anuais na Austrália no período de dezembro a fevereiro.
"Não há dúvida de que a nossa indústria será afetada", admitiu Peter Shelley, referindo que, "quanto mais cedo se enviar uma mensagem forte e positiva [sobre as possibilidades turísticas da Austrália], melhor".
O Governo conservador australiano tem sido alvo de fortes críticas pela sua política e gestão dos incêndios, nomeadamente por não acreditar nas alterações climáticas, fator que os cientistas já disseram ser a razão principal para a crise que a Austrália está a viver.
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