União Europeia insta Teerão a preservar acordo nuclear
O Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa reuniu-se hoje com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano e reiterou a importância da preservação do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) -- o acordo nuclear.
© Reuters
Mundo Irão
O espanhol Josep Borrell encontrou-se hoje, pela primeira vez, com Mohammad Javad Zarif na capital indiana, Nova Deli, à margem da conferência multilateral denominada Raisina Dialogue 2020.
"Numa conversa franca, ambos discutiram os últimos desenvolvimentos" e o chefe da diplomacia europeia "sublinhou o interesse da UE na preservação do acordo, o qual é agora mais importante do que nunca, à luz da perigosa escalada de violência no Médio Oriente e região do Golfo Pérsico", lê-se em comunicado.
Os dois diplomatas concordaram em manter os contactos entre si, os quais se estreitaram desde o início da crise entre os Estados Unidos e o Irão, no começo do ano.
O JCPOA foi firmado a 14 de julho de 2015, em Viena, pelo Irão e pelos países com assento no Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido), mais a Alemanha, visando restringir a capacidade do Irão para desenvolver armas nucleares.
O pacto estipula que o Irão não pode ultrapassar o armazenamento de 300 quilogramas de urânio com um nível de enriquecimento de 3,67% e limita o número de centrifugadoras (utilizadas para enriquecer urânio) de que o Irão pode dispor a 6.104, contra 20.000 que tinha antes da aplicação do pacto.
O acordo permitiu o levantamento de parte das sanções internacionais ao país em troca do compromisso de Teerão de que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Em maio de 2018, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que os Estados Unidos se retiravam do acordo e voltavam a aplicar sanções ao Irão.
No início deste mês, o Irão anunciou que iria deixar de cumprir os compromissos relativos ao tratado nuclear assinado em 2015, deixando de respeitar os limites relativamente ao enriquecimento e armazenamento de urânio.
França, Alemanha e Reino Unido acionaram esta semana um mecanismo de resolução de disputas para forçar o Irão a cumprir os compromissos assumidos no acordo nuclear assinado em 2015, num processo que será supervisionado pela UE.
O Irão vive tempos agitados depois de o seu principal general, Qassem Soleimani, ter sido morto pelos Estados Unidos no Iraque, no início do mês.
A República Islâmica retaliou, lançando mísseis contra bases com soldados norte-americanos no Iraque, após o que um míssil iraniano atingiu um avião comercial ucraniano que acabava de descolar do aeroporto de Teerão, matando os seus 176 ocupantes, a maioria iranianos e canadianos.
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