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ONU descarta tentativa de balcanização da RDCongo

A Organização das Nações Unidas (ONU) descartou hoje qualquer "balcanização" da República Democrática do Congo (RDCongo), o maior país da África subsariana, afirmou a chefe da missão das Nações Unidas para a estabilização daquele país, Leila Zerrougui.

ONU descarta tentativa de balcanização da RDCongo
Notícias ao Minuto

22:44 - 15/01/20 por Lusa

Mundo ONU

"Não há ninguém, seja na comunidade internacional, seja entre os vizinhos [da RDCongo], que tenha objetivos territoriais" na RDCongo, vincou a também representante especial do secretário-geral da ONU, António Guterres, citada pela agência France-Presse.

Leila Zerrougui acrescentou que durante a missão da ONU na RDCongo não viu congoleses a pedir a criação de um novo estado ou a separação do país.

A Frente Democrática pela Libertação do Ruanda (FDLR) acusa o Governo do Ruanda de "perpetuar o plano de ocupação da RDCongo (ou a sua balcanização)".

O ex-primeiro ministro congolês Adolphe Muzito afirmou no final de dezembro que "deve ser travada uma guerra no Ruanda para restaurar a paz" na região.

Também o arcebispo de Kinshasa, o cardeal Fridolin Ambongo, denunciou no início de janeiro "um plano de balcanização" oculto na chegada de "imigrantes ruandeses" ao país.

"As declarações de políticos e de certos clérigos sobre um plano para a balcanização da RDCongo são palavras irresponsáveis e infundadas. É uma obsessão perigosa na medida em que se trata de criar um certo desconforto entre os dois países", reagiu na segunda-feira um porta-voz do Governo do Ruanda.

Cerca de 8.000 tutsis e hutus moderados foram mortos diariamente, entre abril e julho de 1994, no Ruanda, por membros da etnia hutu, um genocídio que continua a marcar o país, 25 anos depois.

Em 06 de abril de 1994 era abatido, no aeroporto da capital do Ruanda, Kigali, o avião que transportava os presidentes do Ruanda, Juvenal Habyarimana, e do Burundi, Cyprien Ntaryamira, dando início a um conflito étnico no país que matou mais de 800.000 pessoas e provocou milhões de desalojados.

O abate do Dassault Falcon 50 que transportava os dois chefes de Estado, que regressavam da Tanzânia, onde participaram em negociações de paz com os rebeldes da Frente Patriótica Ruandesa, acendeu o rastilho para o mortífero conflito entre a maioria hutu e a minoria tutsi.

Segundo a Organização das Nações Unidas, cerca de 800.000 pessoas foram mortas entre 07 de abril e 04 de julho de 1994, com os tutsis a serem acusados de se unirem aos rebeldes, que tinham entrado no norte do país, a partir de 1990, vindos do Uganda.

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