Guterres também vai participar na conferência internacional em Berlim
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também vai participar no domingo na conferência internacional sobre o conflito na Líbia convocada para Berlim, confirmaram hoje as Nações Unidas.
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Mundo Guterres
Guterres estará na capital alemã acompanhado pelo enviado especial das Nações Unidas para a Líbia, o libanês Ghassan Salamé, e pela subscretária-geral da ONU para os Assuntos Políticos e Consolidação da Paz, a norte-americana Rosemary DiCarlo, de acordo com o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric.
Segundo o porta-voz, António Guterres apela a todas as fações envolvidas no conflito líbio que assumam o compromisso para um cessar-fogo e para o desenvolvimento de uma solução política, algo que a ONU tenta impulsionar há vários anos.
Esta conferência em Berlim acontece depois de negociações em Moscovo, sob a égide da Rússia e da Turquia, que culminaram num projeto de declaração de um cessar-fogo que deveria ter entrado em vigor no domingo passado.
A trégua deveria ter sido assinada em Moscovo pelas várias fações líbias, mas o marechal Khalifa Haftar, o homem forte do leste da Líbia, deixou a capital russa sem assinar o protocolo.
País imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011, a Líbia tornou-se num cenário mais crítico desde o início da ofensiva militar das forças do marechal Khalifa Haftar, que avançou em abril de 2019 contra Tripoli, a sede do Governo de Acordo Nacional líbio estabelecido em 2015 e reconhecido pela ONU.
Embora tenha sido consultada, a ONU não quis pronunciar-se sobre quem irá participar na reunião em Berlim, uma vez que foi o Governo alemão a convocar o encontro internacional.
O executivo da chanceler alemã, Angela Merkel, ainda não finalizou a lista de participantes, mas já disse que espera a presença do chefe do Governo líbio reconhecido pela ONU, Fayez al-Sarraj, e do marechal Khalifa Haftar.
A conferência deverá reunir mais de 10 países e organizações: os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China), Alemanha, Turquia, Itália, Egito, Emirados Árabes Unidos, União Europeia (UE), Liga Árabe, União Africana, Argélia e República do Congo.
A UE teme, em particular, que a Líbia se transforme numa "segunda Síria", pretendendo reduzir nomeadamente a pressão migratória nas fronteiras europeias.
Entre a chegada ao terreno líbio da Turquia, a suspeita sobre a presença de mercenários russos e a existência de vários grupos armados -- nomeadamente milícias 'jihadistas', traficantes de armas e de pessoas -- os países europeus temem que o conflito líbio se internacionalize e degenere.
Desde o início da ofensiva das tropas de Haftar sobre Tripoli foram mortos mais de 280 civis e cerca de 2.000 combatentes, segundo a ONU. Perto de 150.000 líbios foram deslocados.
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