O ayatollah Ali Khamenei é oficialmente o imã da oração de Teerão, mas delega habitualmente a sua tarefa noutros.
A última vez que Khamenei dirigiu a oração de sexta-feira na mesquita Mosalla foi a 3 de fevereiro de 2012, por ocasião do 33.º aniversário da Revolução Islâmica e em plena crise internacional sobre a questão do programa nuclear iraniano.
O Irão vive tempos agitados depois do seu principal general, Qassem Soleimani, ter sido morto pelos Estados Unidos no Iraque, no início do mês.
A República Islâmica retaliou, lançando mísseis contra bases com soldados norte-americanos no Iraque, após o que um míssil iraniano atingiu um avião comercial ucraniano que acabava de descolar do aeroporto de Teerão, matando os seus 176 ocupantes, a maioria iranianos e canadianos.
Depois das autoridades do Irão terem reconhecido no sábado a sua responsabilidade, evocando um "erro humano", centenas de iranianos saíram para as ruas, manifestando-se contra o sistema da República Islâmica.
Segundo a Amnistia Internacional, numerosos manifestantes em todo o Irão foram baleados no sábado e no domingo pelas forças de segurança, que utilizaram "balas de borracha (e) gás lacrimogéneo" para os dispersar e também violência física.
A organização de defesa dos direitos humanos com sede em Londres denunciou hoje o uso "ilegal da força" e uma repressão "violenta" de "concentrações pacíficas" no Irão.
Entretanto a França, Alemanha e Reino Unido acionaram na terça-feira um mecanismo de resolução de disputas para forçar o Irão a cumprir os compromissos assumidos no acordo nuclear assinado em 2015, num processo que será supervisionado pela União Europeia (UE).
O presidente iraniano, Hassan Rohani, disse hoje que os militares europeus no Médio Oriente "podem estar em perigo" devido às posições tomadas por aqueles três países da União Europeia.