Ex-candidata presidencial Ségolène Royal investigada por uso de fundos
A ex-candidata à presidência francesa Ségolène Royal está a ser investigada por suspeita de uso de fundos públicos para fins pessoais enquanto embaixadora de França para os Polos, anunciou hoje a divisão financeira do Ministério Público.
© Reuters
Mundo Ségolène Royal
O inquérito foi aberto na sequência de uma reportagem apresentada pela rádio pública FranceInfo segundo a qual a destacada socialista usou recursos a que tinha direito como embaixadora -- designadamente colaboradores - para fins não relacionados com essa função, como a promoção de um dos seus livros ou atos ligados à sua fundação.
Ségolène Royal, candidata à presidência em 2007 e ministra do Ambiente em 1992-1993, exerce desde 2017 as funções de embaixadora de França para os Polos, um cargo criado em 2009 pelo presidente Nicolas Sarkozy para representar o país nas negociações internacionais sobre o futuro dos polos ártico e antártico e a sua proteção ambiental.
Enquanto embaixadora para os Polos, Ségolène Royal dispõe de um orçamento anual de 100.000 euros e de três colaboradores, financiados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A notícia da investigação é conhecida um dia depois de a política socialista ter escrito nas redes sociais que ia ser afastada do cargo por críticas que fez a políticas do atual executivo, designadamente à polémica reforma das pensões.
Questionado hoje sobre o assunto, o primeiro-ministro, Édouard Philippe, afirmou que todos os embaixadores têm "obrigação de reserva" em relação às suas opiniões políticas e que pediu explicações a Ségolène Royal.
Nas presidenciais de 2017, Ségolène Royal apoiou Emmanuel Macron e chegou-se a falar de que integraria o governo. Desde então, o afastamento entre os dois foi crescendo e, nas últimas semanas, a embaixadora multiplicou as críticas ao Presidente.
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