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Sudão reabre espaço aéreo após rebelião nas forças de segurança

O Sudão anunciou hoje ter reaberto o espaço aéreo após uma revolta no interior das forças de segurança ter levado ao encerramento do aeroporto da capital e causado pelo menos dois mortos.

Sudão reabre espaço aéreo após rebelião nas forças de segurança
Notícias ao Minuto

15:15 - 15/01/20 por Lusa

Mundo Sudão

Em conferência de imprensa, o general Abdel-Fattah Burhan, que lidera o conselho de transição do Sudão, anunciou que a "vida retomou a normalidade" após horas de tensão entre as forças armadas e elementos dos serviços de informações.

A agitação em torno destes acontecimentos paralisou várias zonas da capital, Cartum, e nas redes sociais circularam vários vídeos mostrando uma larga mobilização das forças de segurança e trocas de tiros com os elementos revoltosos, bem como vários disparos para o ar.

As forças armadas "não permitirão qualquer golpe", disse Burhan, acrescentando que é uma "vergonha que as armas tenham sido levantadas na cara do povo".

O motim foi reprimido com "perdas mínimas", assegurou, por seu lado, o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, Mohamed Othman al-Hussein.

Duas pessoas morreram e outras quatro, incluindo dois oficiais, ficaram feridas nos confrontos.

Em declarações aos jornalistas, o Sindicato dos Médicos do Sudão relatou que um pai e dois filhos foram mortos quando um projétil de artilharia atingiu a sua casa nos subúrbios de Cartum.

Depois de tentar persuadir os oficiais amotinados a entregarem as armas, os militares invadiram e retomaram o quartel-general de uma das agências de informações do país "usando a menor quantidade de força possível", disse Al-Hussein.

O primeiro-ministro sudanês, Abdallah Hamdok, descreveu o motim como uma "discordância" com o objetivo de "impedir a transição do país para a construção de uma democracia sólida".

O Governo sudanês de transição decidiu há meses restringir as competências do Serviço Nacional de Informações e Segurança (NISS)apenas às funções de informação, libertando-o do seu braço de segurança e, neste contexto, desmantelar o denominado Comité de Operações da agência.

Aos cerca de 13.000 homens que integravam a subestrutura, o Governo ofereceu a possibilidade de integrarem o Exército, as Forças de Reação Rápida ou a Polícia. A maioria dos funcionários optou pela demissão com indemnização.

O temido Serviço de Informações e Segurança foi acusado de protagonizar a repressão durante a ditadura de Al-Bashir e, em particular, durante os protestos contra o antigo Presidente, que, ao fim de quatro meses, foi forçado a abandonar o comando dos destinos do país pelo seu próprio exército.

Uma das principais reivindicações dos manifestantes e das forças políticas da oposição no Sudão foi, precisamente, o desmantelamento daquela força de segurança e o julgamento dos responsáveis pela repressão, que se saldou por centenas de mortes durante os protestos que decorreram entre dezembro de 2018 e junho de 2019.

Na terça-feira à noite, o atual chefe dos serviços de informações, Mohamed Hamdan Daglo, acusou o antigo dirigente do NISS Salah Gosh, uma figura proeminente do regime de Al-Bashir, de estar por detrás deste ato de "rebelião", em que vários membros da instituição manifestaram o seu descontentamento contra a reforma, disparando armas em vários pontos de Cartum, incluindo no interior das duas instalações tomadas de assalto esta madrugada.

Gosh demitiu-se dois dias depois da destituição de Al-Bashir e o seu paradeiro é desconhecido.

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