Turquia: "É demasiado cedo" para reconhecer falhanço do cessar-fogo
A Turquia considerou hoje ser "demasiado cedo" para reconhecer o falhanço do cessar-fogo na Líbia, apesar da recusa dos beligerantes em assinar um acordo formal no decurso das negociações de segunda-feira em Moscovo.
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Mundo Líbia
"Ainda é muito cedo para dizer isso", declarou o ministro turco da Defesa, Hulusi Akar, em resposta a uma pergunta durante uma conferência de imprensa em Ancara. "Nada [da situação] no terreno demonstra semelhante coisa", acrescentou.
A Líbia, mergulhada no caos desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011, enfrenta atualmente uma guerra civil entre o Governo de Acordo Nacional (GNA), reconhecido pela ONU, e as forças do marechal Khalifa Haftar, o homem forte do leste líbio.
No domingo entrou em vigor uma frágil trégua nos termos de um acordo entre Ancara, que apoia o GNA, e Moscovo, suspeito de apoiar Haftar apesar dos desmentidos oficiais.
Na segunda-feira decorreram em Moscovo negociações destinadas a definir as modalidades desta trégua, mas o marechal Haftar decidiu abandonar intempestivamente a capital russa sem assinar o documento.
Apesar deste fracasso negocial, a Rússia afirmou na terça-feira que a trégua será prolongada de forma "indefinida". Mas a evolução da situação no país do norte de África parece agora dependente de uma conferência internacional agendada para domingo em Berlim.
"Não somos pessimistas, mas a questão é que Haftar não quer a paz", disse hoje o chefe da diplomacia turca, Mevlüt Cavusoglu, sustentando que o homem forte do leste da Líbia "não pretende um processo político, antes uma solução militar".
A trégua patrocinada pela Rússia e Turquia ilustra o peso crescente destes dois países na tentativa de resolução da crise na Líbia.
Na semana passada, Ancara iniciou o envio de militares para a Líbia em apoio ao GNA, uma iniciativa que suscitou receios de uma escalada na violência.
Na quarta-feira, o ministro turco da Defesa confirmou a criação de um gabinete de cooperação militar na Líbia, acrescentando que a sua dimensão evoluirá em função das necessidades.
E na terça-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou "infligir uma lição" às forças do marechal Haftar, caso seja retomada a ofensiva militar contra o Governo de Tripoli.
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