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China diz que direitos humanos atravessam melhor período

A China considerou hoje que a situação dos direitos humanos no país atravessa o "melhor período de sempre", considerando o relatório anual da organização não-governamental Human Rights Watch como "subjetivo".

China diz que direitos humanos atravessam melhor período
Notícias ao Minuto

11:12 - 15/01/20 por Lusa

Mundo China

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Geng Shuang admitiu não ter lido o relatório, mas considerou que "estes documentos, que aparecem rotineiramente, fecham os olhos aos fatos e confundem o certo e o errado, sem nenhuma objetividade".

Geng disse que o povo chinês tem a palavra final sobre o estado dos direitos humanos no país, que ele descreveu como atravessando "o melhor período de sempre".

Desde a ascensão ao poder do atual Presidente Xi Jinping, em 2013, Pequim asfixiou a sociedade civil, órgãos de comunicação independentes ou o debate 'online', restabelecendo o controlo absoluto do Partido Comunista sobre todas as esferas da vida pública, considerou a Human Rights Watch.

A organização não-governamental, com sede em Nova Iorque, observou ainda que o Partido Comunista Chinês passou do esforço para monopolizar a narrativa a nível doméstico para atacar também os críticos no exterior, servindo-se do acesso ao mercado chinês para silenciar académicos, empresários ou governos estrangeiros.

"Nenhum negócio na China se pode dar ao luxo de ignorar as ordens do Partido Comunista. Quando ordenada a punir um país por criticar Pequim - por exemplo, ao não comprar os seus produtos - a empresa não tem escolha a não ser cumprir", descreveu Kenneth Roth, diretor da HRW, no relatório anual da organização.

Roth apontou que a censura chinesa está também a alastrar-se às universidades em todo o mundo, cada vez mais dependentes financeiramente do fluxo de estudantes chineses.

E associou estes ataques à insegurança de um regime que governa pela repressão e sem consentimento popular: "Sabendo que, na ausência de eleições, a legitimidade do Partido depende, em grande parte, de uma economia em crescimento, os líderes chineses temem que a desaceleração económica aumente as exigências da população por maior voz sobre a governação do país", realçou.

O texto destacou o "efeito maligno da crescente influência global" do regime chinês, que vê as atuais instituições e leis internacionais que defendem os direitos humanos como uma "ameaça" à sua existência.

"O Governo chinês vê os direitos humanos como uma ameaça existencial. A sua reação pode representar uma ameaça aos direitos das pessoas em todo o mundo", alertou o diretor da HRW.

O caráter repressivo do regime foi ainda reforçado pelos novos meios tecnológicos, como reconhecimento facial, inteligência artificial ou análise maciça de dados ('big data'), sobretudo na região de Xinjiang, no extremo noroeste do país, onde se estima que um milhão de membros de minorias étnicas chinesas de origem muçulmana são mantidos em campos de doutrinação.

A China rejeita a noção tradicional de direitos humanos, definida na Declaração Universal e Constituições dos países ocidentais, apontando antes aos direitos ao desenvolvimento, saúde e habitação.

Sob a liderança de Xi, as autoridades chinesas lançaram a mais dura campanha contra ativistas e dissidentes das últimas décadas, que mereceu críticas por parte dos governos europeus e norte-americano.

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