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Dois soldados sudaneses mortos na repressão de uma rebelião

Dois soldados sudaneses foram mortos durante um assalto das forças de reação rápida sudanesas em duas bases do Serviço Nacional de Informações e Segurança (NISS), onde na terça-feira irrompeu uma rebelião contra a reforma da instituição.

Dois soldados sudaneses mortos na repressão de uma rebelião
Notícias ao Minuto

10:52 - 15/01/20 por Lusa

Mundo Susão

Cartum, 15 jan 2020 (Lusa) -- Dois soldados sudaneses foram mortos durante um assalto das forças de reação rápida sudanesas em duas bases do Serviço Nacional de Informações e Segurança (NISS), onde na terça-feira irrompeu uma rebelião contra a reforma da instituição.

"Decidimos tomar de assalto as bases para pôr fim a esta rebelião (...). Retomámos o controlo" das duas instalações, declarou hoje aos jornalistas o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas sudanesas, Osmane Mohamed al-Hassan, citado pela agência France-Presse.

"Dois soldados perderam a vida e quatro outros, entre os quais dois oficiais, foram feridos", acrescentou. Um balanço anterior deu conta de cinco feridos.

"Não vamos tolerar qualquer golpe de Estado contra a revolução sudanesa", declarou, pelo seu lado, o general Abdel Fattah al-Burhane, que preside ao Conselho Soberano, um órgão composto por civis e militares, encarregado desde o verão passado de conduzir a transição pós-Omar al-Bashir, o antigo Presidente do país, deposto pelos militares em abril último.

"Protegeremos este período de transição, e quem atentar contra a segurança e a estabilidade dos cidadãos será derrotado", acrescentou o general Hassan, que falava ao lado de Al-Burhane.

O Governo sudanês de transição decidiu há meses restringir as competências do NISS apenas às funções de informação, libertando-o do seu braço de segurança e, neste contexto, desmantelar o denominado Comité de Operações da agência.

Aos cerca de 13.000 homens que integravam a subestrutura, o Governo ofereceu a possibilidade de integrarem o Exército, as Forças de Reação Rápida ou a Polícia. A maioria dos funcionários optou pela demissão com indemnização.

O temido Serviço de Informações e Segurança foi acusado de protagonizar a repressão durante a ditadura de Al-Bashir e, em particular, durante os protestos contra o antigo Presidente, que, ao fim de quatro meses, foi forçado a abandonar o comando dos destinos do país pelo seu próprio exército.

Uma das principais reivindicações dos manifestantes e das forças políticas da oposição no Sudão foi, precisamente, o desmantelamento daquela força de segurança e o julgamento dos responsáveis pela repressão, que se saldou por centenas de mortes durante os protestos que decorreram entre dezembro de 2018 e junho de 2019.

Na terça-feira à noite, o atual chefe dos serviços de informações, Mohamed Hamdan Daglo, acusou o antigo dirigente do NISS Salah Gosh, uma figura proeminente do regime de Al-Bashir, de estar por detrás deste ato de "rebelião", em que vários membros da instituição manifestaram o seu descontentamento contra a reforma, disparando armas em vários pontos de Cartum, incluindo no interior das duas instalações tomadas de assalto esta madrugada.

Gosh demitiu-se dois dias depois da destituição de Al-Bashir e o seu paradeiro é desconhecido.

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