EUA apoia UE na sua iniciativa para levar Teerão a respeitar compromissos
Os EUA indicaram na terça-feira que "apoiam plenamente" o procedimento lançado pelos países europeus signatários do Acordo de Viena sobre o nuclear iraniano, para constranger Teerão a respeitar os seus compromissos.
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Mundo EUA/Irão
"O Reino Unido, a França e a Alemanha fizeram o que devia ser feito" face às "provocações do Irão" em matéria de política nuclear, declarou um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, apelando para "um aumento da pressão diplomática e económica" sobre a República Islâmica, que já está submetida a pesadas sanções pelos EUA.
Na terça-feira, França, Alemanha e Reino Unido acionaram um mecanismo de resolução de disputas para forçar o Irão a cumprir os compromissos assumidos no acordo nuclear assinado em 2015, num processo que será supervisionado pela União Europeia (UE).
"Recebi hoje (terça-feira) uma carta dos ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Alemanha e Reino Unido para que o cumprimento dos compromissos do Irão no âmbito do Plano de Ação Conjunto Global seja levado à comissão conjunta para avaliação através do Mecanismo de Resolução de Disputas", previsto no acordo nuclear iraniano, informou em comunicado o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Segundo o Alto Representante da UE, os chefes da diplomacia de França, Alemanha e Reino Unido argumentam na carta que o objetivo desta ação é "preservar o acordo nuclear iraniano na sincera esperança de encontrar um caminho a seguir para resolver o impasse por meio de um diálogo diplomático construtivo".
Esta ação foi desencadeada numa altura em que a situação aparenta estar um pouco mais desanuviada no Médio Oriente após o intensificar das tensões entre Washington e Teerão.
No início deste mês, o Irão anunciou que iria abandonar o tratado nuclear assinado em 2015, deixando de respeitar os limites relativamente ao enriquecimento e armazenamento de urânio.
O anúncio, divulgado pela televisão estatal do Irão foi feito depois de um responsável iraniano ter adiantado que o país estava a ponderar tomar medidas mais duras em retaliação pelo assassínio do general iraniano Qassem Soleimani, num ataque dos Estados Unidos, em Bagdad.
O Plano de Ação Conjunto Global é um acordo firmado em 14 de julho de 2015, em Viena, pelo Irão e pelos países com assento no Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido), mais a Alemanha, visando restringir a capacidade do Irão desenvolver armas nucleares.
Entre outras disposições, o acordo limita o número de centrifugadoras (utilizadas para enriquecer urânio) de que o Irão pode dispor a 6.104, contra 20.000 que tinha antes da aplicação do pacto.
O acordo permitiu, por isso, o levantamento de parte das sanções internacionais ao país em troca do compromisso de Teerão de que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Em maio de 2018, o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que os Estados Unidos se retiravam do acordo e voltavam a aplicar sanções ao Irão.
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