Intermediário no assassínio de Kuciak acusa empresário de ordenar o crime
Um homem que serviu de intermediário no assassínio do jornalista de investigação eslovaco Jan Kuciak acusou hoje em tribunal o poderoso empresário Marian Kocner de ter ordenado o crime.
© Reuters
Mundo Jan Kuciak
"Fui intermediário entre Alena Zsuzsova e Tomas Szabo no assassínio de Kuciak, por instruções de M. Kocner", disse Zoltan Andrusko, que colaborou com a investigação a troco de uma redução de pena.
Jan Kuciak investigava casos de corrupção envolvendo ligações de políticos ao crime organizado e atividades suspeitas de Marian Kocner, empresário ligado às áreas de investimento de risco e negócios imobiliários.
O jornalista e a namorada, Martina Kusnirova, ambos de 27 anos, foram mortos a tiro em casa a 21 de fevereiro de 2018.
O homicídio desencadeou uma vaga de protestos que acabou por derrubar o governo do primeiro-ministro Robert Fico, mas este mantém um papel destacado na vida política na Eslováquia e o seu partido, o Smer-SD, está bem colocado nas sondagens para vencer as legislativas marcadas para 29 de fevereiro.
Andrusko disse ter recebido 50.000 euros de Zsuzsova para pagar aos executantes do crime, Miroslav Marcek e Tomas Szabo.
Segundo relatou em tribunal, Zsuzsova ficou "furiosa" quando soube que a namorada de Kuciak também tinha sido morta.
"Ela estava furiosa, mas disse, ok, que ia falar com Kocner e que falávamos mais tarde [...] Depois encontrou-se comigo de manhã e entregou-me 50.000 euros", testemunhou.
Na segunda-feira, Miroslav Marcek, 37 anos, declarou-se culpado e relatou ao tribunal os pormenores do crime, afirmando que bateu à porta e, quando Kuciak abriu, disparou na direção do peito.
"Percebi que havia outra pessoa [no apartamento], ela correu para a cozinha e disparei contra ela. Sei que morreu logo. Ao sair, disparei mais uma vez contra Kuciak, que estava caído sobre os degraus", contou.
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