Governo do Sudão do Sul e grupo rebelde assinam cessar-fogo em Roma
O Governo do Sudão do Sul assinou um acordo de cessar-fogo em Roma, no domingo, com um grupo rebelde, a Aliança de Oposição do Sul do Sudão (SSOMA), que deverá entrar em vigor quarta-feira.
© Reuters
Mundo Sudão do Sul
A Declaração de Roma prevê um cessar-fogo a partir de 15 de janeiro, o acesso do país a organizações humanitárias e a continuação das discussões em Roma sobre possíveis diferenças, disse na segunda-feira Paolo Impagliazzo, secretário-geral da Comunidade de Sant'Egídio, a associação católica próxima do Vaticano que organizou o encontro na capital italiana.
O Sudão do Sul vive uma guerra civil há mais de seis anos, quando o Presidente, Salva Kiir, acusou Riek Machar, seu ex-vice-presidente, de fomentar um golpe de Estado.
O conflito, marcado por atrocidades e pelo recurso a violações como arma de guerra, matou mais de 380.000 pessoas, de acordo com um estudo recente, e expulsou mais de quatro milhões de sul-sudaneses, quase um terço da população, das suas casas.
Um acordo de paz alcançado em setembro de 2018, sem a participação de todos os grupos rebeldes, levou a um forte declínio nos combates, embora não tenham cessado completamente.
"[O acordo] permite ao nosso povo silenciar as armas, permite ao nosso povo receber ajuda humanitária em todas as zonas rurais da República do Sudão do Sul, permite-nos construir perdão, reconhecimento e harmonia entre todo o nosso povo", disse Barnaba Marial Benjamin, o porta-voz do Governo sul-sudanês.
"Gostaria de lhe dizer [ao Papa Francisco], em nome da aliança dos movimentos de oposição e em nome do nosso povo, que temos vergonha de ter causado esta guerra ao nosso povo e entre nós", disse Pa'Gan Amum Okiech, um líder da SSOMA.
Num gesto marcante, o Papa Francisco ajoelhou-se em abril passado para beijar os pés dos dois líderes em guerra do Sudão do Sul, convidados pelo Vaticano para um retiro espiritual de dois dias.
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