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Liga Árabe congratula-se com cessar-fogo mas já houve violações

A Liga Árabe congratulou-se com o cessar-fogo entre o Exército Nacional da Líbia e o Governo de Acordo Nacional, que entrou em vigor hoje de manhã, apesar de ter havido relatos imediatos de violações de ambos os lados.

Liga Árabe congratula-se com cessar-fogo mas já houve violações
Notícias ao Minuto

15:25 - 12/01/20 por Lusa

Mundo Líbia

Em declarações à imprensa a partir da sua sede, no Cairo, um representante da Liga Árabe exortou todas as partes da Líbia a respeitar o cessar-fogo e a mostrar "boas intenções e respeito em relação aos esforços" para resolver o conflito.

O marechal Jalifa Hafter, comandante do Exército Nacional Líbio (LNA) e 'homem forte' no leste da Líbia, aceitou no sábado o cessar-fogo proposto pela Turquia (defensora do Governo de Acordo Nacional - GNA) e pela Rússia, que apoia os militares.

O líder do Governo reconhecido pela ONU, Fayez al Serraj, aceitou o acordo, colocando apenas como condição que Hafter retirasse as tropas que cercavam Trípoli, e saudou "as iniciativas da Rússia e da Turquia para declarar o cessar-fogo".

Segundo avançou hoje o Ministério da Defesa turco, o cessar-fogo está a ser cumprido desde a sua entrada em vigor, à meia-noite.

"A situação está calma, com exceção de dois incidentes individuais", afirmou a organização, em comunicado.

Ancara e Doha apoiam o Governo de Trípoli, enquanto Hafter recebe apoio político, militar e económico da Arábia Saudita, Egito, França, Rússia e Emirados Árabes Unidos.

As hostilidades intensificaram-se em 02 de janeiro, quando o LNA empreendeu uma operação quebrando as defesas da cidade estratégica de Sirte e colocando tropas a 100 quilómetros de Misrata, último muro de defesa da capital.

A trégua, proposta pela Rússia e pela Turquia, é a primeira interrupção dos combates desde há meses, sendo, pela primeira vez, intermediada por atores internacionais.

O cessar-fogo surge numa altura em que a Líbia estava à beira de uma grande escalada do conflito, já que os apoiantes estrangeiros dos governos líbios rivais estavam a intensificar o seu envolvimento no conflito de um país que é rico em petróleo.

O acordo foi conseguido, mas ainda se mantêm intensas negociações diplomáticas para encontrar uma solução política para a guerra da Líbia, que paralisa o país há mais de sete anos.

A guerra obrigou à deslocação de centenas de milhares de pessoas e deixou mais de um milhão a sobreviver graças a ajuda humanitária, segundo as Nações Unidas.

As Nações Unidas e as potências europeias, juntamente com os aliados da Líbia na região, pediram a realização de uma cimeira de paz, a realizar em Berlim no início deste ano, que reúna os líderes dos governos rivais e discuta a possibilidade de fazer eleições nacionais.

Mas os conflitos no terreno continuam a ser difíceis de travar.

O governo apoiado pela ONU queixou-se já de ter registado "violações do cessar-fogo minutos depois" da entrada em vigor do acordo, às primeiras horas de hoje, embora sem especificar que tipo de violações.

Ao mesmo tempo, o general das forças de oposição, sediadas no leste do país, garantiu que o seu território foi alvo de vários mísseis, adiantando, no entanto, que os ataques não foram suficientemente grandes para justificar uma resposta.

A última vez que os dois lados fizeram um cessar-fogo foi em agosto, mas por um período muito curto - durante um dia de festa muçulmana.

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