Uma multidão de milhares de pessoas, incluindo rebeldes, acolheu Abdalla Hamdok - acompanhado por representantes das Nações Unidas - na cidade de Kauda, no sul do país, onde irá reunir-se com o líder de um dos principais grupos rebeldes no Sudão.

Hamdok deverá encontrar-se com Abdel-Aziz al-Hilu, do Movimento de Libertação do Sudão, que atua principalmente nas províncias do Nilo Azul e de Cordofão do Sul, onde controla largas extensões territoriais.

O primeiro-ministro sudanês chegou a Kauda acompanhado de cinco ministros, do líder da agência das Nações Unidas Programa Alimentar Mundial, e com diplomatas norte-americanos, britânicos e noruegueses - que compõem a 'troika'.

O Governo de transição do Sudão tem tentado entrar em negociações com grupos rebeldes no país desde outubro, numa tentativa de alcançar a estabilização do país e promover o caminho para uma democracia.

Abdel-Aziz al-Hilu pretende um "Estado secular", sem interferência da religião na componente judicial, e pede o desmantelamento das milícias patrocinadas pelo ex-Presidente do Sudão Omar al-Bashir.

O líder rebelde refere que se as exigências não forem cumpridas irá pedir autodeterminação para as áreas que controla.

A visita de Hamdok marca a primeira de altos responsáveis políticos do Sudão àquela região em mais de nove anos.

O Governo de transição do Sudão tem um prazo de seis meses para alcançar a paz com os grupos rebeldes no país.

Em setembro, o Governo e a maioria dos rebeldes alcançaram um acordo, a Declaração de Princípios, no qual detalharam um percurso para as negociações de paz e uma extensão do período de cessar-fogo.

O Governo de transição do Sudão, composto por civis e militares, foi criado após a destituição de al-Bashir, em abril do ano passado.

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