Bolívia. Investigações sobre corrupção contra Morales e mais 600 pessoas
O Governo interino da Bolívia anunciou hoje a abertura de investigações por corrupção contra 592 antigos membros do executivo e responsáveis de empresas públicas no decurso da presidência de Evo Morales, que também é visado.
© Reuters
Mundo Bolívia
"Foi decidido o lançamento de investigações contra 592 antigos responsáveis do executivo do governo anterior", declarou o diretor da Unidade de Luta contra a Corrupção do Ministério da Justiça, Mathias Kutsch.
Segundo o diretor, citado pela France-Presse, as investigações pretendem "identificar quem são as pessoas que cometeram crimes de corrupção, desviaram dinheiro público e o transferiram para o exterior".
Mathias Kutsch adiantou que os inquéritos têm como alvo "o presidente (Evo Morales), o vice-presidente (Álvaro García), ex-ministros e vice-ministros, chefes de gabinete" e funcionários "atualmente refugiados no exterior".
Nas eleições de 20 de outubro, Evo Morales, o primeiro Presidente indígena da Bolívia e que estava no poder desde 2006, foi declarado vencedor para um quarto mandato consecutivo.
O escrutínio, cujos resultados foram anulados, seria marcado por denúncias de fraude por parte da oposição boliviana.
Um relatório da Organização de Estados Americanos confirmou que houve "operações dolosas" nas eleições de outubro, ações que, segundo a entidade, alteraram "a vontade expressa nas urnas".
Evo Morales acabaria por renunciar ao cargo em 10 de novembro, após três semanas de protestos contra a sua reeleição liderados pela oposição e depois de ter perdido o apoio do exército e da polícia.
O ex-presidente boliviano, que denunciou então a proclamação da senadora Jeanine Añez como Presidente interina como um "golpe de Estado", seguiria depois para o México como exilado político.
Atualmente, Evo Morales está na Argentina, onde recebeu o estatuto de refugiado.
No passado dia 18 de dezembro, o Ministério Público boliviano emitiu um mandado de detenção contra Evo Morales, no âmbito de uma investigação em curso por sedição e terrorismo.
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