Banco Mundial revê crescimento da África subsaariana em baixa para 2,9%
As economias da África subsaariana deverão acelerar o crescimento este ano para 2,9%, depois de a expansão económica prevista para 2019 ter sido revista de 2,4% para 1,9%, segundo as estimativas do Banco Mundial.
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Economia Banco Mundial
De acordo com as Perspetivas Económicas Globais, hoje divulgadas pela instituição com sede em Washington, "a recuperação económica na África subsaariana perdeu o seu dinamismo, estimando-se que o crescimento em 2019 tenha sido moderado para 2,4%".
Os economistas argumentam com "a intensificação dos ventos contrários globais, tais como a desaceleração da atividade dos principais parceiros comerciais, a elevada incerteza política e a queda dos preços das matérias-primas, que tem sido agravada por fragilidades internas em vários países".
Para este ano, a perspetiva é de uma aceleração do crescimento para 2,9%, "assumindo que a confiança dos investidores melhore em algumas grandes economias, que os estrangulamentos energéticos diminuam, que um aumento da produção de petróleo contribua para a recuperação dos exportadores de petróleo e que um crescimento robusto continue entre os exportadores de produtos agrícolas".
A previsão do Banco Mundial, de 2,9% para este ano, revela também uma revisão em baixa face aos 3,3% anteriormente previstos, "refletindo uma menor procura por parte dos principais parceiros comerciais, preços inferiores das matérias-primas e desenvolvimentos internos adversos em vários países".
Entre os principais riscos identificados pelo Banco Mundial para esta região, cujas três maiores economias (Nigéria, África do Sul e Angola) deverão enfrentar uma recessão numa base per capita pelo quinto ano consecutivo, estão "uma desaceleração mais acentuada do que a esperada nos principais parceiros comerciais, como a China, a Zona Euro ou os Estados Unidos, que irá reduzir substancialmente as receitas das exportações e o investimento".
Por outro lado, acrescentam, "um abrandamento mais rápido do que o esperado na China poderá causar uma queda acentuada nos preços das matérias-primas e, dada a forte dependência da África subsaariana dos setores de extração para as receitas de exportação e fiscais, isso irá pesar fortemente na atividade regional".
O aumento generalizado do rácio da dívida pública relativamente ao Produto Interno Bruto (PIB) levou a aumentos acentuados dos encargos com juros, afastando as despesas não relacionadas com juros e suscitando preocupações com a sustentabilidade da dívida, lembram os economistas.
Os especialistas do Banco Mundial vincam que "a insegurança, conflitos e insurreições --- especialmente no Sahel --- teriam um impacto na atividade económica e na segurança alimentar em várias economias" e que os eventos climatéricos são "um risco significativo para a atividade devido ao papel desproporcionado desempenhado pela agricultura em muitas economias da região".
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