EUA anunciam sanções contra primeiro vice-presidente do Sudão do Sul
As autoridades dos Estados Unidos da América (EUA) anunciaram hoje a aplicação de sanções contra o primeiro vice-presidente do Sudão do Sul pela sua participação em "graves abusos dos direitos humanos".
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Mundo Sudão do Sul
"Hoje, a Agência de Controlo de Ativos Estrangeiros dos EUA [OFAC, na sigla inglesa] sancionou o primeiro vice-presidente do Sudão do Sul, Taban Deng Gai, pelo seu papel em graves abusos dos direitos humanos", refere um comunicado do Departamento de Estado norte-americano.
Segundo o documento, assinado pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, Taban Deng "foi sancionado pelo seu envolvimento no desaparecimento e nas mortes relatadas de dois ativistas dos direitos humanos, em 2017".
O Departamento de Estado dos EUA acusa Taban Deng de atuar em nome do Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, para "dividir e semear a desconfiança, prolongar o conflito no Sudão do Sul e impedir o processo de reconciliação e de paz" no país.
A nota refere que o desaparecimento e as execuções extrajudiciais de opositores políticos e de membros da sociedade civil são violações dos direitos humanos que "encurtam o espaço político necessário para a total implementação de uma paz duradoura no Sudão do Sul".
Na ótica do executivo norte-americano, a decisão assinala "o compromisso do Governo dos EUA em promover e proteger os direitos humanos a nível global" e a "determinação em promover a responsabilização de todos os que pretendem minar o processo de paz" no Sudão do Sul.
Os EUA apelaram ainda ao Governo e oposição para que "se distanciem dos que minam o processo de paz" e "priorizem a vontade do povo sul-sudanês pela paz".
A medida hoje anunciada segue a vontade expressa pelo executivo do Presidente norte-americano, Donald Trump, que anunciara já em dezembro que iria aplicar restrições a vistos de quem perturbasse a implementação do acordo de paz no Sudão do Sul.
Em 16 de dezembro, os EUA impuseram sanções financeiras a dois ministros do Sudão do Sul acusados de colocarem obstáculos ao regresso da paz ao país africano.
As medidas visaram o ministro da Defesa, Kuol Manyang Juuk, e o ministro dos Assuntos Governamentais, Martin Elia Lomuro, anunciou então, em comunicado, o Departamento do Tesouro norte-americano.
O Sudão do Sul, com maioria de população cristã, obteve a sua independência ao separar-se do norte árabe e muçulmano em 2011, mas a partir do final de 2013 o país entrou num conflito civil, provocado pela rivalidade entre o Presidente, Salva Kiir, e o seu então vice-presidente, Riek Machar.
As partes formaram um Governo de unidade nacional em 2016, que caiu poucos meses após a formação devido a um reinício da violência, tendo essa sido a primeira tentativa de pacificação do jovem país africano.
O acordo para a criação de um Governo unitário com os rebeldes, aprovado em setembro, foi o mais recente de uma série de acordos entre o executivo de Salva Kiir e os rebeldes liderados por Machar desde o início da guerra civil.
Em cinco anos de conflito, estima-se que este tenha provocado a morte de 400 mil pessoas e levado a que quatro milhões ficassem deslocadas.
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