Numa nota informativa, citada pelo serviço noticioso ONU News, Guterres apelou a uma ação imediata para diminuir o atual clima de tensão, defendendo a necessidade de procurar uma solução pacífica e duradoura para a crise política venezuelana.

"O apelo do secretário-geral é que todos os envolvidos tomem medidas imediatas para diminuir as tensões e trabalhem para uma solução pacífica e sustentável para a crise política", referiu a nota informativa divulgada pelo porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas.

O parlamento venezuelano deveria eleger no domingo a sua nova direcção, votação da qual deveria resultar a reeleição do deputado e principal opositor do Presidente Nicolás Maduro, Juan Guaidó, mas o deputado foi retido durante horas pela polícia e agredido à porta do parlamento.

Ao mesmo tempo, no interior, em plenário, os deputados apoiantes do chefe de Estado venezuelano, elegiam Luís Parra, que contou também com o apoio de uma minoria de parlamentares da oposição suspeitos de corrupção.

Nesse mesmo dia, e após ter sido impedido pelas forças de segurança de entrar no edifício da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se que se autoproclamou Presidente interino venezuelano em janeiro de 2019 e que foi reconhecido por mais de 50 países, foi reeleito presidente do parlamento nas instalações do jornal El Nacional.

Apesar de um forte dispositivo da polícia militarizada junto do edifício da Assembleia Nacional, Guaidó conseguiu hoje entrar nas instalações do parlamento venezuelano.

Uma vez no interior do parlamento, Juan Guaidó subiu à mesa da Assembleia e entoou o hino nacional.

A Venezuela, país que conta com cerca de 32 milhões de habitantes e com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes, enfrenta um clima de grande instabilidade política, situação que se soma a uma grave crise económica e social.

Num relatório recente, a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, alertou que o êxodo verificado no país, que já ronda as 4,6 milhões de pessoas, e as condições de vida dos venezuelanos podem vir a agravar-se caso a atual situação não melhorar.

Bachelet visitou a Venezuela em julho passado e encontrou-se na altura com Maduro e Guaidó.