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Presidente do PAICV diz que 2019 "não foi um ano bom" para Cabo Verde

A presidente do PAICV, maior partido da oposição em Cabo Verde, afirmou hoje que 2019 "não foi um ano bom para os cabo-verdianos", acusando o governo de não ter cumprido as promessas eleitorais.

Presidente do PAICV diz que 2019 "não foi um ano bom" para Cabo Verde
Notícias ao Minuto

16:09 - 06/01/20 por Lusa

Mundo Cabo Verde

A posição foi expressa pela líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Janira Hopffer Almada, em conferência de imprensa convocada para fazer o balanço de 2019, ano em que, disse, "os ganhos não chegaram" aos cabo-verdianos.

"O ano de 2019 não foi um ano bom para os cabo-verdianos, desde logo porque o país foi afetado pelo terceiro ano consecutivo de seca agravado e por ausência de medidas coerentes e consistentes para socorrer as pessoas", criticou a líder do maior partido da oposição.

Acrescentou, neste cenário, que as políticas do Governo, liderado pelo Movimento para a Democracia (MpD), "não tiveram impacto direto na vida das pessoas, apesar do crescimento económico, de que muito se fala e pouco se sente".

"Com o país a crescer cinco vezes mais, conforme se propala, era expectável que a vida dos cabo-verdianos melhorasse em 2019. E não melhorou, infelizmente", afirmou.

Para Janira Hopffer Almada, o anúncio do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, de que 2019 foi um ano "de grandes ganhos, tendo alcançado metas estruturantes" representa "mais uma operação de marketing, bem ao estilo desta maioria".

"O ano de 2019 poderia ter sido bem melhor para os cabo-verdianos, caso o Governo tivesse uma visão clara para o país, caso tivesse uma agenda concreta, caso implementasse medidas serias e caso colocasse o interesse dos cabo-verdianos em primeiro lugar", disse ainda a presidente do PAICV, que voltou a acusar o executivo de não cumprir com as promessas eleitorais.

Para a líder da oposição, Cabo Verde "não teve um ambiente de segurança e a tranquilidade não reinou" em 2019, os cabo-verdianos "não tiveram nem mais, nem melhor acesso a saúde, tendo de enfrentar a falta de respostas constantes e até a rutura de medicamentos".

Acrescenta que os agricultores não tiveram o apoio que necessitavam em 2019, que os jovens não "conseguiram ter os milhares de empregos dignos prometidos e, muito menos, aceder à função pública por concurso, por mérito e competência", e que a habitação condigna "continuou a ser uma miragem".

Afirma igualmente que 2019 "também não foi bom" porque o Governo "insiste na forma intransparente de efetuar os negócios do Estado, sem ouvir os cabo-verdianos e sem acautelar os interesses do país e sem proteção do património construído ao longo de anos, à custa do suor e do sacrifício dos cabo-verdianos", apontando como exemplos a privatização da companhia aérea TACV ou a concessão dos transportes marítimos.

"Entretanto, mesmo assim, o governo de Cabo Verde quer convencer-nos a todos que estamos melhor", ironizou.

Refere mesmo que depois de quase quatro anos com "um contexto internacional altamente favorável" e com o país a crescer mais do que o último governo do PAICV (2015/2016), "os indiciadores permaneceram ou iguais ou pioraram".

"O que demonstra, mais uma vez, que o crescimento propalado não é inclusivo e não está a melhorar a vida dos cabo-verdianos", disse Janira Hopffer Almada, reeleita em dezembro como presidente do PAICV.

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