Líbia: Haftar apela a "mobilização" da população contra intervenção turca

O marechal Khalifa Haftar, que tenta desde abril conquistar Tripoli, capital da Líbia, apelou na sexta-feira para uma "mobilização geral" de toda a população para defender "a honra" do país contra uma eventual intervenção militar da Turquia.

Um 'Dom Quixote' no leste da Líbia à procura de consensos

© Reuters

Lusa
04/01/2020 06:10 ‧ 04/01/2020 por Lusa

Mundo

Líbia

"Aceitámos o desafio e declarámos a 'jihad' e a mobilização geral", afirmou Haftar, durante um discurso transmitido pela estação televisiva al-Hadath, que apoia a causa do marechal líbio, citado pela agência France-Presse.

Khalifa Haftar exortou "todos os líbios" a pegar em armas, "homens, mulheres, soldados e civis", para defender "a honra" do país, apelando também para que se coloquem "as diferenças de lado".

Os deputados turcos aprovaram, na sexta-feira, uma moção que permite ao presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, enviar militares para a Líbia em apoio do Governo de Acordo Nacional (GAN), reconhecido internacionalmente e em dificuldades face a um poderoso rival.

Segundo o presidente da Assembleia Nacional da Turquia, Mustafa Sentop, 325 deputados votaram a favor e 184 contra a moção, que dá ao exército turco um mandato para intervir na Líbia, válido durante um ano.

"O inimigo [o contingente militar de Ancara] está a unir forças para invadir a Líbia e escravizar o nosso povo", prosseguiu o marechal, adiantando que encontrou "entre os traidores aqueles que assinaram um acordo de submissão, humilhação e vergonha", uma referência ao acordo militar firmado no final de novembro entre Ancara e o GAN.

O militar líbio considerou também que Erdogan é um "aventureiro sem sentido" que está a empurrar o seu exército "até à morte".

A Líbia é palco de conflito, alimentado por potências regionais rivais, que destrói o país desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.

O Governo de Sarraj, reconhecido pelas Nações Unidas, enfrenta as forças de Haftar, que é apoiado por vários países como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Egito, três rivais regionais de Ancara.

O GAN, sediado em Tripoli, é alvo desde abril de uma ofensiva do Exército Nacional Líbio do marechal Khalifa Haftar, homem forte do leste do país.

Existem preocupações de que as forças turcas possam agravar o conflito líbio, mas Ancara diz que o destacamento pode ser necessário para salvaguardar os interesses turcos na Líbia e no Mediterrâneo oriental.

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