Bolívia expulsa embaixadora do México e dois diplomatas espanhóis
O Governo interino da Bolívia declarou hoje a embaixadora do México Maria Teresa Mercado e os diplomatas espanhóis Cristina Borreguero e Álvaro Fernández como 'personas non gratas', dando-lhes 72 horas para deixarem o país.
© Reuters
Mundo Bolívia
"Este grupo de representantes dos governos do México e de Espanha prejudicaram gravemente a soberania do povo e do Governo constitucional da Bolívia", afirmou a Presidente interina do país, Jeanine Áñez, numa comunicação feita hoje a partir do Palácio do Governo de la Paz.
Os diplomatas foram acusados de tentar ajudar ex-membros do Governo do Presidente deposto, Evo Morales, a sair da residência da embaixadora do México, onde estão desde a renúncia de Morales, em novembro, e deixar o país.
A declaração de 'persona non grata' significa, em termos diplomáticos, a perda de credenciais para representar um Estado ou organização e, consequentemente, a perda de autorização para se manter no país.
Segundo o Governo da Bolívia, a encarregada de Negócios de Espanha, Cristina Borreguero, e o cônsul espanhol, Álvaro Fernández, acompanhados por "homens encapuzados e presumivelmente armados" estiveram na sexta-feira na embaixada mexicana e tentaram entrar no local clandestinamente.
Os diplomatas foram impedidos de entrar no complexo residencial La Rinconada, gerando momentos de tensão entre a polícia boliviana e a espanhola, que acompanhava os diplomatas.
Alguns vídeos amadores do momento foram divulgados nas redes sociais e mostram pelo menos dois veículos, identificados como pertencentes à embaixada espanhola, e pessoas, alegadamente pertencentes ao Grupo de Operações Especiais do Corpo Nacional de Polícia espanhola, com os rostos cobertos.
Nos vídeos vê-se também os vizinhos em fúria, a gritar insultos, o que levou a comunicação social a aparecer e os agentes policiais a tapar a cara.
A ministra do Interior do país, Karen Longaric, descreveu a visita como "um abuso" e disse que o ato "passou por cima" da soberania boliviana.
Tanto o México como a Espanha negaram as acusações e explicaram a visita como "uma cortesia" de uma diplomata encarregada de representar os interesses comerciais espanhóis.
Os antigos membros do Governo de Evo Morales estão acusados de crimes de sedição, terrorismo e fraude eleitoral e proibidos de sair do país em segurança.
Após ter renunciado ao cargo, em 10 de novembro passado, Evo Morales refugiou-se no México, tendo isso depois para a Argentina, onde está atualmente.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com