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Oposição na Guiné-Conacri anuncia que vai boicotar eleições

A oposição da Guiné-Conacri anunciou hoje que vai boicotar as eleições legislativas previstas para 16 de fevereiro, um exercício eleitoral que tem sido antecedido por uma violência resultante da vontade de o Presidente se recandidatar a um terceiro mandato.

Oposição na Guiné-Conacri anuncia que vai boicotar eleições
Notícias ao Minuto

19:48 - 23/12/19 por Lusa

Mundo Guiné-Conacri

"Decidimos que não podemos participar. Não se trata de boicotar ou de ficar de parte. Nós vamos impedir que essas eleições se realizem", afirmou o líder da oposição, Cellou Dalein Diallo, após uma reunião que juntou cerca de 20 líderes de partidos da oposição na capital do país, Conacri.

No que considerou ser uma "mascarada eleitoral", Diallo justificou esta decisão com as divergências com o Governo, em particular sobre a revisão do registo eleitoral.

"Tem havido um recrutamento maciço de menores", enquanto que "as pessoas que o podem fazer não estão autorizadas a registar-se", acrescentou o opositor, que diz não aceitar a realização de eleições "com base nestes termos".

Etienne Soropogui, um outro líder da oposição, referiu que foi tomada "uma decisão importante" que passa por os opositores não voltarem a competir com o Presidente do país, Alpha Condé, "até que sejam reunidas as condições para uma eleição livre e transparente".

O anúncio do boicote eleitoral surge num momento em que a oposição continua a contestar a intenção de Condé em concorrer a um terceiro mandato num país que tem uma população de 13 milhões de pessoas.

Em 19 de dezembro, o chefe de Estado anunciou que será apresentada uma nova proposta de alteração à Constituição do país, que ainda não tem data para ser votada pela população.

Este anúncio levou a oposição a apelar imediatamente para a realização de um "golpe de Estado constitucional", confirmado com o lançamento de uma manifestação maciça marcada para a próxima quinta-feira.

Alpha Condé chegou ao poder em 21 de dezembro de 2010 após vencer a segunda volta das presidenciais contra o ainda principal líder da oposição, Cellou Dalein Diallo, e foi reeleito em outubro de 2015.

Desde o início da contestação contra Condé, que se prolonga há mais de dois meses, já morreram pelo menos 20 civis e um militar, sendo que centenas de pessoas foram detidas.

Os defensores dos direitos humanos acusam as autoridades de uso excessivo de força, de detenções arbitrárias e de existir uma impunidade das forças de segurança do país.

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