Liga Árabe condena representação comercial do Brasil em Jerusalém
A Liga Árabe condenou hoje em termos enérgicos a abertura no passado dia 15, em Jerusalém, de uma representação comercial brasileira, alertando que a decisão "afetará seriamente" os interesses políticos e económicos do Brasil no mundo árabe.
© Reuters
Mundo Diplomacia
A condenação saiu de uma reunião de emergência em que se considera que a decisão brasileira constitui "uma violação do direito internacional" e manifestaram o seu apoio contínuo às reivindicações palestinianas da cidade dividida.
A abertura do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX) foi feita numa cerimónia realizada no passado dia 15 e em que esteve presente Eduardo Bolsonaro, um filho do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que reiterou a vontade do Governo brasileiro de mudar a embaixada para essa cidade.
No seu comunicado, a Liga Árabe salienta que a medida traduz uma "mudança negativa na política externa brasileira em relação aos palestinianos que vai prejudicar seriamente os interesses políticos, económicos e diplomáticos".
A abertura do escritório da APEX significa ainda uma reversão a décadas da política externa brasileira no Médio Oriente, salienta a Liga Árabe.
Até agora só os Estados Unidos e a Guatemala mudaram as suas embaixadas para Jerusalém, após a decisão de Washington de reconhecer a cidade como capital israelita, rompendo com décadas de consenso internacional.
As Honduras e a Hungria têm escritórios comerciais com estatuto diplomático em Jerusalém e a República Checa tem um consulado honorário.
No domingo, em declarações à agência EFE, Eduardo Bolsonaro disse que o Brasil tenciona considerar o grupo xiita libanês Hezbollah como uma organização terrorista e garantiu que a mudança da embaixada para Jerusalém terá lugar antes do fim do atual mandato presidencial, sem apontar uma data concreta.
Em relação a essa medida, afirmou que espera que possa ter "um impacto regional" e que o Brasil seja um exemplo para que outros países da América Latina sigam os seus passos.
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