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Musharraf afirma que a sua condenação à morte é uma "vingança"

O ex-Presidente paquistanês Pervez Musharraf, considerou hoje que a condenação à morte emitida contra si na terça-feira por traição é uma "vingança pessoal", e que não foi respeitado o processo legal.

Musharraf afirma que a sua condenação à morte é uma "vingança"
Notícias ao Minuto

20:01 - 18/12/19 por Lusa

Mundo Paquistão

"O julgamento foi iniciado por uma vingança pessoal de algumas pessoas", afirmou o general num vídeo, nas suas primeiras declarações públicas após a decisão judicial.

Na gravação, enviada à Efe pelo seu advogado Azhar Siddique, Musharraf surge deitado numa cama de hospital no Dubai, onde se encontra desde 2016, com aspeto debilitado e dificuldades para falar, indica a agência noticiosa.

"Digo que este veredicto é suspeito porque não foi respeitada a lei desde o início até ao final", assegurou o militar na reforma, que chegou ao poder na sequência de um golpe de Estado em 1999 e governou a potência nuclear asiática até 2008.

O ex-Presidente, que abandonou o país há três anos com a promessa de voltar para enfrentar a justiça, recusou regressar ao Paquistão e agora revelou que "não permitiram nem ao advogado nem ao acusado que falassem em sua defesa".

Musharraf acusou "pessoas com poder" de abuso de autoridade e apontou diretamente o presidente do Supremo tribunal, Asif Saeed Khosa, "por se assegurar" que haveria uma rápida resolução do caso.

O general foi condenado à morte à revelia na terça-feira por crimes de alta traição, por ter abolido a ordem constitucional em 2007. É a primeira vez nos 72 anos de história do país que um ditador militar é condenado pelas suas ações.

Após o anúncio da sentença, o Exército declarou de imediato que não foi cumprido o processo legal na condenação do ex-militar e que "espera" que se faça justiça de acordo com a Constituição, uma posição que motivou os agradecimentos de Musharraf no vídeo divulgado.

Desde a declaração da independência em 1947, o Paquistão já foi governado por quatro ditadores militares que promoveram três golpes de Estado, o primeiro em 1958 e o último em 1999.

Apesar de não assumirem diretamente o poder, as Forças Armadas paquistanesas exercem um enorme controlo sobre a política externa e a segurança nacional.

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