Igreja alerta que crise está a levar cristãos a sair do Líbano
O Arcebispo Melquita de Beirute, Georges Bacouni, alertou hoje que a crise financeira no Líbano está a levar muitos cristãos a abandonarem o país, procurando na emigração a sua subsistência.
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Mundo Líbano
Segundo a Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre), que cita Georges Bacouni, são cada vez mais "os cristãos que consideram a possibilidade de emigrar, procurando uma vida melhor" noutro país, o que, de acordo com o prelado, terá também implicações na própria comunidade libanesa.
"Existe o risco de [o Líbano] perder a geração jovem: eles não querem ficar", lamentou o arcebispo, adiantando que a situação lança "muitas perguntas sobre o futuro do país".
A Fundação AIS, em nota hoje divulgada, dá conta que a crise financeira no Líbano está a atingir cada vez mais famílias e a "afetar profundamente a comunidade cristã". Na mesma nota, o Arcebispo Melquita de Beirute reconhece que, por causa da crise económica, "muitas pessoas perderam o emprego e algumas recebem apenas metade do salário", situação que "tem um enorme impacto nas famílias".
Para Georges Bacouni, o Líbano vive "um terramoto, enfrentando enormes problemas económicos e um sistema bancário falido".
A situação no Líbano fora já denunciada no início de dezembro por uma freira portuguesa que vive em Qara, na Síria, próximo da fronteira libanesa.
Na ocasião, a religiosa Maria Lúcia Ferreira, conhecida como Irmã Miri, alertou que os próprios projetos de solidariedade desenvolvidos pela Igreja na Síria estavam a ficar comprometidos pela crise vivida no Líbano.
"A crise no Líbano -- desencadeada após o Governo ter tentado taxar a utilização do serviço do WhatsApp -- causou já a demissão do primeiro-ministro e deu origem a uma grave perturbação no sistema financeiro", o que afeta o país vizinho, referiu então a Fundação AIS em comunicado.
"Para nós, foi um golpe duro, porque a maior parte dos nossos amigos e associações que nos ajudam financiando os nossos projetos faziam os seus depósitos nos bancos no Líbano, pois os países ocidentais não têm relações com a Síria, não depositam aqui o dinheiro, não enviam para cá o dinheiro...", lamentou a freira portuguesa numa mensagem enviada para a fundação católica.
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