Consultas para escolher novo chefe do governo do Líbano arrancam hoje
As consultas para escolher um novo chefe do governo do Líbano, cujo primeiro-ministro Saad Hariri está demissionário desde finais de outubro, estão previstas arrancar hoje.
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Mundo Líbano
Marcadas inicialmente pela Presidência libanesa para 09 de dezembro, as consultas parlamentares seriam, nesse mesmo dia, adiadas em uma semana. As consultas devem prolongar-se até dia 22.
Desde 17 de outubro que o país é palco de manifestações populares exigindo a saída do conjunto da classe dirigente, considerada corrupta e incapaz de retirar o Líbano da precária situação económica e financeira em que se encontra.
O detonador dos protestos, dos maiores em anos, foi a decisão do governo de impor novos impostos no quadro do seu programa de austeridade, taxando, por exemplo, as chamadas e mensagens através da aplicação WhatsApp.
O movimento de contestação levou à renúncia, a 29 de outubro, do primeiro-ministro Saad Hariri, que tem vindo a gerir os assuntos correntes enquanto se mantém o impasse político.
Na passada quinta-feira, Saad Hariri pediu às organizações financeiras internacionais para que apoiassem um plano de resgate de emergência para o país.
No dia anterior, numa reunião em Paris, os principais apoiantes internacionais do Líbano, incluindo o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, condicionaram qualquer ajuda financeira à formação de um governo "eficaz e credível", que deverá iniciar rapidamente reformas.
A contestação nas ruas e o atual impasse político agravaram a situação económica do país, com crescentes restrições bancárias, falta de liquidez e receios de uma desvalorização da moeda, indexada ao dólar desde 1997.
O Líbano tem uma dívida de mais de 86 mil milhões de dólares (77,7 mil milhões de euros), que representa 150% do produto interno bruto (PIB), e, segundo o Banco Mundial, o crescimento económico do país deve recuar 0,2% este ano.
Cerca de um terço dos libaneses vive abaixo do limiar de pobreza e o desemprego, que atinge mais de 30% da população jovem, tem aumentando de modo consistente nos últimos anos, de acordo com o Banco Mundial.
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