Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 13º MÁX 24º

Berlim e UE condenam sanções dos EUA contra gasoduto russo-alemão

A União Europeia e o Governo de Berlim condenaram hoje as sanções dos EUA contra empresas ligadas à construção de um gasoduto entre a Rússia e a Alemanha, considerando-as uma interferência abusiva.

Berlim e UE condenam sanções dos EUA contra gasoduto russo-alemão
Notícias ao Minuto

17:00 - 12/12/19 por Lusa

Mundo Berlim

O Congresso dos Estados Unidos anunciou esta semana sanções contra as empresas associadas ao projeto do gasoduto Nord Stream 2, que a partir de 2020 irá transportar gás natural russo através do mar Báltico, contornando a Ucrânia e a Polónia, num investimento de mais de 10 mil milhões de euros e financiado pelo consórcio russo Gazprom em colaboração com várias empresas europeias.

Do lado da União Europeia, a reação não se fez esperar, com a recém-empossada comissão a manifestar o seu pesar pela decisão anunciada esta semana pela Câmara dos Representantes dos EUA - e que ainda deverá ser validada pelo Senado e aprovada pelo Presidente Donald Trump - de sancionar as empresas ligadas ao Nord Stream 2.

"Por princípio, a União Europeia opõe-se à imposição de sanções contra qualquer empresa da comunidade que exerça uma atividade legítima", disse o comissário europeu do Comércio, Phil Hogan.

Mas a Alemanha prefere acrescentar argumentos políticos à reação da Comissão Europeia e hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, disse em comunicado que a "política energética europeia se decide na Europa", rejeitando qualquer "interferência externa e sanções com efeitos extraterritoriais".

Carsten Schneider, dirigente do Partido Social Democrata, que integra a coligação de Governo alemão, foi ainda mais duro, criticando os Estados Unidos por "terem voltado ao oeste selvagem, onde apenas a lei dos mais fortes se aplica".

A Câmara de Comércio e Indústria Alemã-Russa, em comunicado, instou mesmo os parceiros europeus a reagir com "contramedidas direcionadas", considerando que estão em causa princípios essenciais de regimes liberais e a própria "independência energética da Europa".

O argumento de Washington é que o gasoduto aumentará a dependência dos europeus face ao gás russo, o que permitirá a Moscovo fortalecer a sua influência na Europa, sobretudo junto dos países do leste, que já pertenceram à esfera de controlo da antiga União Soviética.

Além do mais, representantes de ambos os partidos no Congresso alegaram que a construção do gasoduto Nord Stream 2 provocará fortes perdas financeiras para empresas norte-americanas que desejam fornecer gás natural liquefeito para a Europa.

O projeto de lei aprovado na Câmara de Representantes exige que o Departamento de Estado dos EUA divulgue os nomes das empresas e indivíduos que participaram da instalação do pipeline do Nord Stream 2, dentro de 60 dias.

As sanções previstas neste texto incluem o congelamento de ativos e a revogação de vistos americanos para contratos vinculados ao oleoduto.

"As sanções contra o Nord Stream 2 são um golpe contra a Europa e contra a Alemanha", afirmou hoje Rainer Seele, presidente da AHK, uma das empresas do consórcio de petróleo envolvida no projeto.

"É hora de Berlim e de Bruxelas adotarem uma posição política clara, respondendo à altura", acrescentou o responsável da empresa interessada no negócio.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório