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Importância da votação leva britânicos de partidos diferentes às urnas

Milhões de britânicos estão desde cedo a dirigir-se às mesas de voto, e em duas circunscrições londrinas de sentido de voto oposto o consenso é que estas eleições são cruciais para o futuro do país.

Importância da votação leva britânicos de partidos diferentes às urnas
Notícias ao Minuto

11:35 - 12/12/19 por Lusa

Mundo Reino Unido

"Estas eleições são muito importantes. O meu filho de seis anos queria vir! Nós achamos o Boris [Johnson] racista, por isto estas eleições são muito importantes para o nosso futuro", disse à agência Lusa a eleitora Meral, de origem turca, adiantando ter votado no partido Trabalhista.

Numa mesa de voto instalada na universidade Metropolitan, em Holloway Road, na circunscrição de Islington Norte, onde o Partido Trabalhista ganha desde os anos 30 do século passado, o movimento era grande esta manhã.

Apesar de o horário se estender até às 22:00, muitos aproveitaram para exercer o direito cívico antes de ir para o emprego.

Apesar do tempo cinzento e da chuva miúda que vai caindo, Daniel foi juntar o seu voto ao 'Labour', porque nestas eleições está em causa não só o 'Brexit', mas o estilo de governação.

"Precisamos de um governo transparente e se este [Partido Conservador] ficar no poder mais tempo vai ser problemático", afirmou à Lusa.

Robert, de origem alemã, votou nestas eleições pela primeira vez, tendo-se naturalizado britânico recentemente, antecipando o fim da liberdade de circulação devido à saída do Reino Unido da União Europeia.

"Todas as eleições são importantes, mas estas eleições têm consequências muito importantes para o nosso futuro", justificou, sem especificar o sentido de voto.

Um ativista do Partido Trabalhista que estava junto à porta para registar o número de eleitores disse à Lusa que a vitória nesta zona deverá ser confortável, mas que se espera uma subida dos Liberais Democratas.

No Reino Unido, os partidos podem colocar representantes, designados por "tellers', no exterior das assembleias de voto para poderem registar o número de eleitores que votaram, podendo assim identificar eventuais apoiantes que não votaram e incentivá-los a votar antes do encerramento das urnas.

Os 'tellers' estão identificados com uma insígnia do respetivo partido e os eleitores não são obrigados a dar a informação.

O deputado que representa a circunscrição há 36 anos, desde 1983, é também o líder do 'Labour', Jeremy Corbyn, tendo nas eleições legislativas de 2017 vencido com 73% dos votos.

Numa outra mesa de voto na circunscrição de Cities of London and Westminster, onde os Conservadores ganham há décadas sem interrupções, os eleitores entram e saem com pressa, para chegarem a horas ao trabalho.

Seth Wilson, 27 anos, considera que estas são umas eleições muito importantes e votou nos 'Tories' para "manter o ?status quo'.

João Rocha, de 38 anos e de origem portuguesa, votou nos Conservadores por causa do 'Brexit': "Queremos que o país avance. Precisamos que o Parlamento faça o seu trabalho porque neste momento não está a acontecer nada".

Apesar de confiar na vitória do partido do Governo, João acredita que será apertado. "Se tiverem maioria será pequena".

Lucy Haine, 48 anos, concorda que estas eleições são "decisivas para o futuro no país" e votou, como sempre fez, nos Conservadores.

Ainda assim, teme que a maioria absoluta ambicionada pelo partido de Boris Johnson não seja fácil.

Ao contrário da tendência dominante na circunscrição, Hanna Rosenthal, de 26 anos, votou "firmemente no 'Labour'" depois de, pela primeira vez, ter feito campanha pelo partido nestas eleições.

"Acho que é uma eleição decisiva, há muito a decidir sobre alterações climáticas, NHS [serviço nacional de saúde]".

Jan, que há três anos e meio trabalha para o Governo britânico a identificar os riscos do 'Brexit', votou nos Trabalhistas, como sempre fez, porque não quer que o Reino Unido saia da União Europeia.

Filho de um polaco, Jan acredita que o 'Brexit' vai destruir o país a economia, mas não tem esperança de que o país consiga evitá-lo: "Acho que vai haver maioria absoluta e que o 'Brexit' vai acontecer no final de janeiro".

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