Bagdad convoca embaixadores ocidentais após comunicado sobre massacre
Bagdad convocou hoje os embaixadores de França, Reino Unido, Alemanha e Canadá por "interferência inaceitável" após a publicação de um comunicado denunciando um massacre na sexta-feira à noite numa manifestação contra o governo.
© Reuters
Mundo Bagdad
Naquele dia, 20 manifestantes e quatro polícias foram mortos por homens armados que dispararam contra um parque de estacionamento ocupado pelos contestatários.
Ministérios dos Negócios Estrangeiros ocidentais apelaram ao Estado iraquiano para não deixar grupos armados "operarem fora do seu controlo" e "se assegurar que (...) o Hachd al-Chaabi fica longe dos locais das manifestações", sem, no entanto, designarem um culpado.
O Hachd al-Chaabi é uma coligação de paramilitares criada para combater o grupo extremista Estado Islâmico em 2014, cujas fações mais radicais serão armadas, financiadas e treinadas pelo Irão. O grupo integra agora as forças de segurança.
Os Estados Unidos impuseram recentemente sanções a três membros do Hachd al-Chaabi, acusados de envolvimento na "repressão brutal" do movimento de contestação inédito que abala o Iraque desde 01 de outubro.
Após o ataque de sexta-feira, o líder do Hachd, nomeado pelo Estado, ordenou aos seus homens que não se aproximassem dos manifestantes, o que estes entenderam como uma admissão de culpa.
Bagdad afirmou hoje que "o Estado realiza investigações transparentes sobre a violência" no âmbito dos protestos antigovernamentais, adiantando que os inquéritos têm atribuído a responsabilidade a "atiradores não identificados" ou, nalguns casos, a um uso "excessivo" da força por parte de polícias e oficiais acusados de agirem por conta própria.
No domingo, o primeiro-ministro demissionário, Adel Abdel Mahdi, já tinha defendido junto dos mesmos embaixadores a ação de Bagdad, segundo uma fonte diplomática.
Por outro lado, antes, durante e após o ataque no parque de estacionamento, dezenas de pessoas foram raptadas e algumas continuam desaparecidas, de acordo com familiares.
Desde o início do movimento de contestação, a 01 de outubro, vários militantes foram encontrados mortos em diferentes províncias e dezenas de outros foram raptados.
Mais de 450 pessoas foram mortas e 20.000 outras ficaram feridas nos protestos, sobretudo em Bagdad e no sul xiita do Iraque.
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