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Os 'Tories' podem ganhar mas Boris arrisca traição do círculo eleitoral

Eleições legislativas britânicas realizam-se a 12 de dezembro e as sondagens apontam para uma vitória do Partido Conservador. Boris Johnson, porém, poderá enfrentar dificuldades.

Os 'Tories' podem ganhar mas Boris arrisca traição do círculo eleitoral

Os especialistas em sondagens afirmam que o resultado mais provável das eleições legislativas britânicas da próxima quinta-feira, 12 de dezembro, é uma maioria absoluta do Partido Conservador, mas não sem dificuldade para Boris Johnson.

Por um lado, a maioria não é certa - os eleitores podem decidir manter o Parlamento dividido - e, por outro, o líder conservador precisa de estar atento ao seu próprio círculo eleitoral (Uxbridge e South Ruislip), que pode perder.

O Guardian noticiava em novembro que alguns movimentos populares jovens estavam confiantes neste objetivo: tornar Boris Johnson no segundo primeiro-ministro da história do Reino Unido a perder o lugar no Parlamento [resultado de uma derrota no círculo eleitoral] numa eleição legislativa. Este facto tornaria impossível  a sua reeleição como primeiro-ministro, em teoria.

Havia especulação sobre uma possível mudança de círculo eleitoral, para evitar um sufrágio negativo, mas nunca se chegou a confirmar. 

Mas o que aconteceria se Boris Johnson perdesse o lugar no Parlamento? De acordo com britânico Express, se o Partido Conservador ganhar as eleições com maioria e o atual primeiro-ministro falhar a reeleição como parlamentar, poderá continuar no cargo se se autonomear como Lorde [entrando na Câmara dos Lordes, a câmara alta do Parlamento britânico]. A publicação escreve que pode haver um primeiro-ministro na Câmara dos Lordes, embora tal não aconteça desde 1902. A governação seria, porém, alvo de muita pressão e poderia tornar-se insustentável.

O líder conservador, sublinhe-se, está na corrida para ser eleito deputado pela região de Uxbridge e South Ruislip, com mais quatro candidatos. A campanha 'Unseat Boris' ('Tirar o assento a Boris') continua a decorrer, com destaque para o candidato trabalhista pela mesma região, Ali Milani

O único governante a perder o assento parlamentar em eleições legislativas foi o conservador Arthur Balfour, em 1906. No entanto, Balfour tinha abandonado o cargo de primeiro-ministro no mês anterior.

Está tudo dependente, naturalmente, do resultado das eleições, fortemente marcadas pelo Brexit. Os especialistas dizem, até, que os 'Tories' conseguiram concentrar mais votos dos eleitores eurocéticos do que os Trabalhistas dos eleitores pró-europeus.

O Reino Unido tem um sistema de voto de maioria simples [First Past the Post] em círculos uninominais, o que dificulta as previsões eleitorais, que podem ser decididas por poucos votos. Se é verdade que Boris Johnson se pode encaminhar para uma maioria absoluta [650 assentos na Câmara dos Comuns], também é certo que uma margem de diferença pequena para o Partido Trabalhista irá dividir o Parlamento.

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