Brasil deverá estar ausente da tomada de posse do presidente da Argentina
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, suspendeu o envio de um representante à tomada de posse do novo Presidente da Argentina, Alberto Fernández, revelou hoje o jornal argentino Clarín.
© Reuters
Mundo Bolsonaro
Citando fontes diplomáticas, o jornal noticia que Bolsonaro recuou na intenção de se fazer representar pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, na cerimónia, agendada para terça-feira.
Alberto Fernández toma posse como presidente da Argentina, sucedendo no cargo a Mauricio Macri.
De acordo com o jornal Globo, Jair Bolsonaro tinha anunciado em novembro que não enviaria ninguém para a tomada de posse, mas acabou por indicar que se faria representar por Osmar Terra.
À margem da tomada de posse, Osmar Terra tinha previsto encontros com empresários locais e com o indigitado novo embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli.
Este diplomata disse em entrevista ao Globo que tinha como missão "aproximar posições" e "aliviar a relação" entre os dois países.
Na sexta-feira, o presidente da Câmara de Deputados do Brasil, Rodrigo Maia, foi a primeira autoridade brasileira a ser recebida pelo presidente eleito argentino, Alberto Fernández, propondo "diplomacia parlamentar" como instrumento para superar a crise bilateral.
O encontro com Alberto Fernández foi o primeiro capítulo da anunciada estratégia para salvar a relação Brasil-Argentina, eixo da integração regional, do embate ideológico entre Jair Bolsonaro e Alberto Fernández.
Para além da questão ideológica, o presidente Jair Bolsonaro teme que a Argentina altere o rumo económico, abandonando a abertura comercial do governo de Mauricio Macri. Fernández já deu sinais de seguir a linha do protecionismo.
Bolsonaro ameaçou retirar o Brasil do Mercosul ou mesmo suspender a Argentina do bloco com o eventual apoio dos demais membros, Uruguai e Paraguai, caso a Argentina altere o rumo de abertura, grande aposta da política comercial do governo brasileiro.
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