David e Helen namoraram em Auschwitz. Reencontraram-se 72 anos depois
História de encontros e desencontros terminou passadas mais de sete décadas.
© Reprodução Twitter / Crockett Middle School
Mundo Auschwitz
Esta é uma história de amor que começou junto do crematório de Auschwitz, na Polónia. David Wisnia e Helen Spitzer conheceram-se no campo de concentração, a pedido desta. Foi um prisioneiro que os 'juntou'. A vida de encontros e desencontros deste casal são contadas pelo The New York Times, numa vasta reportagem publicada este domingo, dia 8 de dezembro.
David começou por trabalhar na recolha de corpos dos prisioneiros que se suicidavam mas, quando os nazis perceberam o seu dom para o canto, foi escolhido para os entreter. Já Helen trabalhava nos escritórios do campo e era uma das responsáveis pelo design gráfico. "Eram ambos prisioneiros judeus em Auschwitz, ambos privilegiados", escreve a publicação.
Quando se conheceram, ele tinha 17 anos e ela 25. Apaixonaram-se e começaram a 'namorar' em datas e horas marcadas, cerca de uma vez por mês: "Apesar dos medos iniciais de saber que estavam a colocar as suas vidas em risco, começaram a ficar entusiasmados com os seus encontros". Nestes, partilhavam histórias do respetivo passado e planeavam um futuro juntos quando saíssem daquele local. Combinaram encontrar-se em Varsóvia.
Mas tal não aconteceu. David acabou por mudar-se para os Estados Unidos onde ficou em casa de uma tia. Através de um amigo soube que Helen estava viva e tentou um encontro num hotel da cidade... O seu amor de juventude não chegou a aparecer e o reencontro ficou adiado. Depois, casou com Hope e contou-lhe toda a história. Escreveu até um livro onde contava o que se passou.
Apesar das aventuras e desventuras, o reencontro entre os dois chegou mesmo a acontecer, em agosto de 2016. Mais de sete décadas depois de terem namorado em Auschwitz. O filho de David tentou o contacto e a mulher aceitou o encontro. Então, o idoso levou dois dos seus netos para rever Helen, já no hospital, viúva e sem filhos. Também se tinha mudado para os Estados Unidos.
Foram duas horas de emoção, de recapitular duas vidas inteiras e de perceber porque não se voltaram a ver: Helen foi para Varsóvia, como combinado, mas David não apareceu.
Nunca mais se viram. Helen morreu o ano passado aos 100 anos.
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