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Partido do Brexit sofre golpe com deserções para o partido Conservador

A sete dias das eleições legislativas no Reino Unido, o Partido do Brexit, que caiu nas sondagens e poderá não conseguir eleger um único deputado, sofreu hoje um golpe com a deserção de quatro membros para o Partido Conservador.

Partido do Brexit sofre golpe com deserções para o partido Conservador
Notícias ao Minuto

18:35 - 05/12/19 por Lusa

Mundo Reino Unido

O anúncio feito por três deputados europeus, Annunziata Rees-Mogg, o empresário Lance Forman e a cantora Lucy Harris, e ainda o antigo diretor-geral das Câmaras de Comércio britânicas John Longworth, foi inesperado.

Como razão invocaram que o acordo negociado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, com Bruxelas para o 'Brexit' "é única hipótese para sair [da União Europeia]".

A irmã do ministro para os assuntos parlamentares e proeminente eurocético, Jacob Rees-Mogg, afirmou que "não foi uma decisão fácil", mas que o partido "está a fragmentar o voto dos eurocéticos"

"Na Escócia, País de Gales e Inglaterra, o Partido do Brexit está a permitir que os votos fujam aos Conservadores, proporcionado uma coligação pela permanência [na União Europeia] que fará tudo para não honrar o referendo do 'Brexit'", vincou.

O líder do Partido do Brexit, Nigel Farage, negou e argumentou precisamente o contrário: "O Partido do Brexit está a esmagar o voto dos trabalhistas eurocéticos nas suas regiões tradicionais, tornando mais fácil aos Conservadores ganhar esses assentos".

Desgastado, o eurocético insinuou, em declarações à BBC, que três dos dissidentes terão sido pressionados :"Um deles é irmã de um ministro do governo, outra tem um namorado a trabalhar para esse ministro e outro é amigo pessoal de Boris Johnson".

Este é um impulso bem vindo para o partido Conservador a uma semana do dia das eleições, que se realizam a 12 de dezembro, mas é sobretudo um golpe duro para o partido fundado em abril e que ganhou as eleições para o Parlamento Europeu de maio.

O partido tem vindo a perder popularidade, caindo de um pico de 30% para os atuais 3% das intenções de voto atribuídos por uma sondagem da empresa Savanta ComRes divulgada hoje.

As projeções sobre o número de assentos na Câmara dos Comuns apontam para um fracasso eleitoral do Partido do Brexit, que não deverá eleger nenhum dos 275 candidatos.

Segundo os analistas, o principal beneficiado tem sido o partido Conservador, que recusou uma aliança com Farage, apesar de este ter retirado candidatos em 317 circunscrições para ajudar os 'tories'.

As intrigas não são novidade no partido do Brexit. Por exemplo, Rupert Lowe desistiu de se candidatar na circunscrição de Duddley North, no centro de Inglaterra, um minuto antes de fecharem as listas, declarando o apoio ao candidato conservador local, também eurocético.

Nigel Farage continua a dizer que o acordo negociado por Boris Johnson tal como está é "inaceitável" e já admitiu inutilizar o seu boletim em vez de votar no partido do primeiro-ministro, cujo lema de campanha é "concretizar o Brexit'".

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